Transcrevo um extracto do artigo de Pacheco Pereira, publicado no jornal "Público" de 24 de Maio. A meu ver, um dos textos mais lúcidos sobre Portugal e a União Europeia:
"...Portugal precisava de uma Europa de coesão, que valorizasse os factores de um crescimento equilibrado, e em que Portugal estivesse como parceiro virtualmente igual com os mais fortes e os mais ricos. Foi assim que Monnet fundou a Europa muito prudente no seu upgrade político, assente nos "pequenos passos" dos fundadores. Portugal precisava de uma Comissão forte, um Parlamento fraco e um Conselho que respeitasse a Comissão. No desvario dos últimos anos, saiu-lhe uma Comissão cada vez mais fraca, um Parlamento cada vez mais forte e um Conselho transformado num directório com potências de primeira e de segunda. Tudo o resto na arquitectura europeia veio por consequência, originando um país mais fraco no seu poder europeu, marginalizado de qualquer decisão, fragilizado na soberania em questões cruciais como o mar territorial, e degradado na sua democracia pelo nulo poder do seu Parlamento e pela traição à promessa referendária..."
Texto integral aqui
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