terça-feira, março 17, 2009

Subir o escadote


Hoje quero falar-vos do Rossio, refiro-me ao Rossio em Lisboa, ou, para ser mais rigoroso, à praça D. Pedro IV, onde se encontra o Teatro Nacional D. Maria II.

Contrariamente às aparências , à crença popular e ao expectável, a estátua que está lá no alto do pedestal não será uma estátua representando D. Pedro, mas representaria sim um outro contemporâneo de Sua Excelência, ou seja, o então imperador do México , Maximiliano, que encomendara ao mesmo atelier italiano uma estátua sua para pôr também numa praça qualquer do seu nóvel país. Só que entretanto, nas barafundas e balbúrdias políticas e militares do México, o desgraçado Maximiliano foi destituído e fuzilado por volta de 1867 e a sua estátua, em vias de finalização, teria ficado sem préstimo.

O escultor italiano não se teria dado por vencido e reparou que tinha em carteira uma outra encomenda, esta vinda de Portugal. Confiante de que, uma vez a estátua colocada nos píncaros da coluna-pedestal que lhe estava destinada, ninguém daria pela mudança, terminou a obra com alguns retoques e despachou-a para Lisboa, onde viria a figurar no centro do Rossio. O Maximiliano transformara-se em D.Pedro.

Hoje confesso que não sei que crédito dar a esta história, apesar de plausível.
José Augusto França, um historiador encartado, refutou esta tese e afirmou que subiu ao alto da coluna para confirmar que os botões gravados, as vestes, o colar (da condecoração de Torre e Espada) e o papel representando a Carta Constitucional, são bem representações portuguesas e, portanto, totalmente estranhas ao cenário "maximiliano". Ora, eu não trepei ao alto da coluna mas acho que devo acreditar no França, que se deu à maçada de subir lá acima.

Mas fica pelo menos a ideia de que às vezes é mesmo preciso subir o escadote ou descer às catacumbas para tirar as coisas a limpo. Aliás, com os escultores e pintores italianos tudo é possível, como o dizem aqueles que afirmam que há anjos na capela Sixtina que são a cara chapada de certos meninos que brincavam por aqueles corredores.

douro

Sem comentários:

Enviar um comentário