domingo, fevereiro 15, 2009

PSD-PPC

O PSD vive, como diz o velho provérbio chinês, tempos interessantes. Dizima líderes à velocidade da melhor das Bimbys. Sobretudo porque para os social-democratas, deverá, sempre, haver um líder carismático, audaz, credível e vencedor.
Ora, não é todos os dias - nem em todos os tempos - que aparecem esses homens providenciais, que, com uma frase, arrebatam o mundo. E, nestes espaços de ausência de lideranças fortes e mobilizadoras, vive-se na saudade dos líderes que houve e dos que poderão vir. Contudo isso não poderá fazer desmerecer os líderes em exercício, quando são do melhor que o partido tem para oferecer. É precisamente o que acontece no PSD.
Nestas épocas de orfandade, sempre que há um candidato a líder, o PSD estremece e as suas estruturas – as agora menos faladas bases – movem-se e parece que o monstro, acorda.
O problema é que este sintoma, no maior partido da oposição, se está a tornar a norma e não a excepção. Desde Cavaco Silva que os líderes em exercício desiludem e os candidatos de serviço iludem.
O caso assume contornos teatrais, e, claro, como nas tragédias, também tem um coro. O desta encenação tem um nome, Ângelo Correia. Apoiante confesso de Luís Filipe Menezes, fez soar a trombeta do apocalipse menezista quando, ainda pouco antes, o autarca dizia que não saía nem à bomba. Bastaram meras palavras.
Não pude, pois, deixar de ter uma sensação de dejà vu ao ouvir as últimas declarações do duque aveirense – não, não é Távora, ao que conste.... Pelos vistos, é preciso mudar de liderança. Já.
Só que desta vez as afirmações de AC não valem por elas próprias. Não é um facto político que existe, mas um facto político que pretende criar. Não para derrubar Ferreira Leite, mas sim para, em seu lugar, colocar Pedro Passos Coelho.
Aliás, PPC tem-se desdobrado em entrevistas, em aparições públicas, seja no corner das nails a debates degustativos no American Club.
Só ainda não o ouvimos cantar, o que o homem fará se lhe disserem, não duvido. Dizem que tem talento, e La Feria lá saberá do que fala…
Será esta a nova esperança de liderança do PSD? Falemos a sério…!!!
Apesar de tudo, o PSD parece que se está a tornar no partido do PPC – não, não é desse – mas sim no (p)artido do (p)roto (c)andidato.

1 comentário:

  1. douro disse:
    Concordo com o Daniel: há um PSD sebastianista-oportunista que desconcerta. E é espantoso como um partido, que teve um Sá Carneiro, dà importância a figuras tão menores como o dito "melhor autarca do país" ou como esse Coelho e o tal Correia, ou se deixa seduzir por engraçados como o Lopes. Dir-se-à que é melhor essa agitação que o albanismo que assola o PS, mas há limites para a brincadeira e já temos fome de seriedade e credibilidade

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