Na verdade, a decisão das autoridades de não oferecer quaisquer garantias - para além daquelas que estão acessíveis a todos os bancos -, inviabilizou ou contribuíu para inviabilizar a aquisição do Lehman pelo Bank of America ou pelo Barclays. Acresce que as autoridades também entenderam não conceder qualquer vantagem específica ao próprio banco. Deste modo, este viu-se perante a inevitabilidade de pedir a protecção da falência, para tentar salvar o que puder, por falta de liquidez. Que se acautelem os investidores do Lehman, mas sobretudo os seus parceiros de negócio e quem a eles estiver exposto.
Ora, esta decisão de não apoio significa sobretudo um desafio aos mercados e um alerta para os accionistas deste tipo de bancos: "não pensem que podem brincar aos banqueiros em tempo de vacas gordas e depois receber a protecção do Estado quando as vacas emagrecem" (como muitos pensaram depois do Bear Sterns).
Mais, implica que as autoridades estão confiantes que o pior dos cenários não acarretará "risco sistémico" - ao contrário do que pensaram no caso do Bear Sterns. A ver vamos.
Em todo caso, é agora que os investidores assumem o risco que justifica os retornos que foram buscar para os seus investimentos, nos últimos anos. Para já, a reacção parece ter sido de pânico - é normal, num primeiro momento. Hoje vamos ver se o pânico continua ou se a razão triunfa sobre a emoção (e de que lado está a razão).
O grande problema é que grande parte dos liberais (os de cá, como os da América) defende apenas a privatização dos lucros e a socialização dos prejuízos.
ResponderEliminarDá lucro? É meu.
Dá prejuízo? O Estado tem que deitar a mão a isto.
É possível uma banca melhor. Basta querer!
ResponderEliminarNão, não é possível. A banca é, por definição, a treta que finalmente se expõe aos olhos dos pacóvios que ainda não tinham percebido. A.F.S.
ResponderEliminarÓ jjg, no caso português, não tenho dúvidas!!!
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