sexta-feira, maio 30, 2008

Moção ou não, eis a questão

Não tive oportunidade de acompanhar com a intensidade que gostaria, nos últimos meses, a prestação do CDS. Mas pude assistir ontem, embevecido, à prestação do Diogo Feyo na justificação e explicação da iniciativa do CDS, na Sic Notícias, de apresentar uma moção de censura ao Governo.

A julgar pela prestação do nosso Deputado, o CDS está bem e recomenda-se. A iniciativa é duplamente oportuna e as jutificações e explicações parecem meritórias, sobretudo na medida em que permitam sublinhar que há outras políticas capazes e possíveis para enfrentar e resolver os problemas do País.

Calha igualmente bem, num momento em que alguns "velhos do Restelo", com históricas responsabilidades no actual "estado da Nação", vêm lançar avisos "à navegação", com ar de quem não tem nada a ver com a coisa, apelando a mais e mais intensas intervenções do Estado, sempre na fé de que os eleitos têm poder, capacidade e vontade para resolver todos os nossos problemas colectivos, fica bem, dizia, num momento destes sublinhar que as verdadeiras soluções passam pela LIBERTAÇÃO DO PODER DA ESCOLHA dos cidadãos, pela descentralização dos mecanismos de resposta, e portanto de poder, em suma pelas soluções "liberais" e libertadoras.

Há muito que falta a Portugal quem defenda uma verdadeira visão liberal, portanto libertadora, mas também humanista, portanto solidária com os excluídos - a todos os níveis -, que consistentemente promova um Portugal diferente. Melhor. É benvindo o CDS a este combate.

Porém, não será conveniente tapar o "sol com a peneira". Há que reconhecer que o CDS tem hoje um seriíssimo problema de eficácia na transmissão das suas mensagens. É este, antes de mais, um problema da sua liderança, neste caso do seu líder. É um problema que necessita de ser enfrentado de frente e rapidamente. Não tenho soluções "pronto a vestir"; mas tenho consciência do problema e creio que não é escondendo-o que o poderemos ultrapassar. Também tenho a certeza que não é com manobras de secretaria, tipo as recentes eleições para a distrital de Lisboa, que se ultrapassa o problema, e muito menos que o líder reconstrói a sua imagem.

Se o outro, com soluções do passado, considera que quem avisa amigo é, muito mais nós que queremos finalmente propor e defender as soluções do futuro, temos a responsabilidade de ajudar com lealdade, se não puder ser com amizade, os nossos líderes a enfrentarem os verdadeiros problemas com que se deparam.

Uma vez mais, parabéns ao CDS, pela dupla oportunidade, e ao Diogo Feyo em particular, pela generosidade com que assumiu mais esta iniciativa do Partido. Mas atenção, que o aplauso de alguns não sirva para esconder a dificuldade de comunicar com os muitos que são o eleitorado.

É possível um Portugal melhor (e portanto, um CDS melhor). Basta querer!!!

2 comentários:

  1. Com ventanias dessas as energias alternativas produzem outros lucros.
    Há pouco na TVI voltou a aparecer o Diogo Feio. Só lhe faltou foi mandar calar o "vozeirão" do "passarão" fala barato do Candal Jr.
    No resto muito oportuno...

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  2. Legislatura que é legislatura tem de ter da parte de Portas uma moção de censura. Deve ser isto aquilo a que se chama "partido previsível"...

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