O PRINCÍPIO DO FIM

O PSD transformou-se num partido curioso e caminha, à vista de todos e a passos largos, para a completa irrelevância política enquanto partido de alternativa de governo. Toda a gente diz que isto é perigoso para a democracia e realmente é, pois sujeitamo-nos a ter o Engº Sócrates à frente do governo por mais umas mãos cheias de anos.
Existindo em Portugal um problema real de alternativa, Luís Filipe Menezes não era capaz, está visto, de protagonizar essa alternativa. Ainda admiti, como muitos, que Menezes estivesse a encenar um regresso esmagador, mas tal não era verdade, Menezes retira-se pela esquerda baixa o que me deixa perplexo. Do ponto de vista de Menezes (e não do país ou do PSD), tal como eu o entendo, a demissão e a fuga não têm qualquer sentido. Se era para sair ao fim de algumas semanas não se percebe porque é que Menezes gastou anos da sua vida a tentar ser líder do PSD. O homem que se propunha ser Primeiro Ministro de Portugal, bateu em retirada às primeiras oscilações. Não valeu a pena. Menezes, que ao contrário do que parecia tem qualidades, mais que não seja enquanto Presidente da Câmara Municipal de Gaia, escusava de se ter sujeitado a si, ao PSD e ao país a esta aventura.
Outra das coisas engraçadas acerca do PSD é o aparecimento de uma panóplia de candidatos para todos os gostos. No entanto, nem todos são iguais, pois parece que é politicamente correcto considerar Manuela Ferreira Leite a oitava maravilha do mundo, capaz de operar o milagre da restauração da credibilidade política do PSD e até, imagine-se, de ganhar as eleições de 2009. Estas qualidades são um verdadeiro mistério que, todavia, os próximos tempos e a própria Dra. Manuela Ferreira Leite irão desvendar rapidamente. Não se sabe porque é que os ilustres do PSD têm MFL em tão boa conta, mas não me parece que seja por boas razões. À vista desarmada, MFL não tem as qualidades pessoais e polítivas para cativar o país e bater Sócrates. O que me faz pensar que os tais barões, cheios de humildade aparente, convenceram MFL e querem convencer-nos a nós de que ela era a melhor entre os seus pares, simplesmente para evitarem atolar-se nesta trapalhada laranja. Salvam a cara mas perderão o partido e o país. A MFL (a real e não a virtual) será mais um líder de transição, segurando o testemunho até que haja condições e oportunidade para que um barão a sério assuma os destinos. Esquecem-se os barões que antes é necessário que MFL ganhe as directas, o que está longe de estar garantido. O folhetim ainda agora começou.