terça-feira, fevereiro 26, 2008

Porto Cosmopolita

Na ressaca de um dos debates da Católica e do Público no qual Augusto Santos Silva, o sociólogo não o ministro, defendeu que o Porto tinha muitos e bons exemplos de cosmopolitismo resolvi fazer uma lista.

Iria contemplar espaços de lazer, cultura, gastronomia e outros que tais.

Não foi fácil, não porque não existissem (o sociólogo até tem razão) mas porque invariavelmente "descobria" que não eram só no Porto mas sim também em Gaia ou em Matosinhos.

Eram tão simplesmente locais que frequento ou poderia frequentar sem me dar conta que tinha "mudado" de cidade. Locais que fazem parte de uma realidade que vai muito mais para além do que uma organização administrativa antiquada.

Como dizia Jorge Fiel ainda nesse debate, "vestimos hoje em dia um fato que usamos no dia da nossa comunhão". Agora mais gordos e carecas (não é o meu caso que mantenho uma boa linha e farta cabeleira) claro que esse fato não nos serve.

E deve ser essa a nossa principal reflexão estratégica. Que fato queremos vestir hoje em dia: um que nos fique bem e nos projecte no futuro ou mantermos a usar uns calções brancos com uma camisa azul desbotada e um laçarote já gasto e russo?

Claramente deveremos optar pela primeira solução. Claramente deveremos equacionar a reorganização da organização ao nível da freguesia. Claramente devermos equacionar a reorganização ao nível dos concelhos.

E depois caminhar para a regionalização.

Eu confesso que já me dava por contente que nesta legislatura se discutisse as freguesias. E na próxima os concelhos. E assim sucessivamente.


E assim teriamos um Porto Cosmopolita que se batia de igual para igual com outras cidades europeias.

7 comentários:

  1. Até o Fantasporto já é grande de mais para esta cidade...

    Um abraço

    JAC

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  2. Muito bem Carlos. Mas não é só o cosmopolitismo que está em causa. É antes de mais e sobretudo a reaproximação dos poderes e das competências decisórias aos cidadãos; é a nossa responsabilização pela coisa e pelos dinheiros públicos; é a possibilidade de afirmação de novos pólos aglutinadores de qualidade de vida, susceptíveis de seduzir as pessoas não só a ficar como sobretudo a investir - no sentido amplo de perderem tempo com isso - no local da sua residência...

    Enfim, estruturas mais humanas, mais responsabilidade, menos desperdício, menos indiferença...

    Mair qualidade de vida.

    Abraços

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  3. E que tal o prato ontem servido pelos "nuestros hermanos"?
    Vão pela Rajoada ou pela Zapatera recheada?
    Estiveram ambos muy malitos...

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  4. Carlos "o inovador": depois do "take", estas da "concelhização" e da "freguesiação" levam a palma de ouro. Pr'à frente é que é o caminho!

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  5. Caro Carlos Furtado,

    Estou de acordo que seria benéfico proceder-se à fusão de algumas freguesias. Quanto aos concelhos, não há muito a fazer, eventualmente, alguns acertos ao nível de delimitações territoriais e uma ou outra extinção (fusão).

    Agora, muito mais relevante e muito mais importante para as pessoas, era avançarmos, rapidamente, para a operacionalização e democratização destas entidades administrativas, hoje quase moribundas, que são as Áreas Metropolitanas (Lisboa e Porto). Ou seja, dotar estas entidades territoriais de poderes administrativos alargados, nas áreas dos transportes, ordenamento, economia, saúde, educação, ambiente, etc., e, sobretudo, que tenham legitimidade política derivada da eleição directa dos seus órgãos.

    Contrariamente à posição de muita gente, eu penso que a instituição da eleição directa dos órgãos metropolitanos, em nada colide com a instituição das regiões administrativas, pois as competências são (devem ser) substancialmente diferentes.

    O centralismo está esgotado, para o bem de todos, temos, urgentemente, que evoluir para um modelo de administração do território que promova a descentralização e a competitividade inter-regional por forma a podermos aspirar a novos patamares de desenvolvimento.

    Apenas uma nota final para dizer que é preciso organizar e gerir bem todo este processo de reforma administrativa por forma a que, tudo isto conduza a uma redução da máquina politica e administrativa do Estado.

    Cumprimentos
    .
    Regionalização
    .

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  6. Embora sem relação ao artigo, só para dar os parabéns pelo cabeçalho: está lindo :)

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