terça-feira, novembro 13, 2007

PORQUE NOS CALAMOS

Tendo deixado prudentemente passar a primeira espuma, alguma esquerda vem, de mansinho, defender Chavez, elogiar Zapatero e criticar Juan Carlos. Concordo que estes chavistas de trazer por casa não têm tarefa fácil, seja qual for o ponto de vista, e deve ser por isso que não têm tido grande adesão. O sucedido não tem nada a ver com esquerda ou direita.
Chavez é um tipo pouco recomendável que cumpre, tão só, a sua agenda chavista e anti americana. Não é um socialista romântico, como muitos gostariam que fosse. Zapatero, por seu lado, foi o que esteve pior, ninguém lhe ligou. Juan Carlos, finalmente, tendo passado uma vida a equilibrar-se, desde os tempos de Franco, mostrou que está numa idade em que já não se importa de revelar a sua impulsividade. Acontece a todos.
Seja como for, se eu tivesse de escolher quem se saiu melhor desta triste história seria, naturalmente, Juan Carlos. Porque é que temos de suportar as loucuras de Chavez como se tratasse de um comportamento aceitável? A boa educação, o complexo colonialista ou a cortesia diplomática obrigam-nos a aturar as diatribes de personagens sinistras como Ortega e Chavez? Claro que não. O que não se diria se tivesse sido Juan Carlos a invectivar o venezuelano naqueles termos e Deus sabe que este bem o merecia. O meu consolo, bem triste de resto, é que ainda vou ver João Soares desiludido com Chavez, que está longe de ser um Allende, e com outros que tais, mas aí será demasiado tarde.

6 comentários:

  1. Chavez é o que é. Não aprecio o estilo nem a idiossincrasia. Caudilho com pretensões a hegemonismo . Autoproclamado "herdeiro" de Castro. Talvez um Bush de sinal contrário: com os mesmos tiques ditatoriais; embora sem o verniz do americano, Chavez sabe que o petróleo é um trunfo. Cavaco também o sabe. Foi inteligente e politicamente correcto.O país agradece.

    ResponderEliminar
  2. Um "Pode ficar descansado, Sr. Presidente", vindo de Hugo Chavez, não me parece ser suficiente para agradecer o que quer que seja a Cavaco. E muito menos para o felicitar, pois vindo tais palavras de um "Caudilho com pretensões a hegemonismo" as mesmas valem pouco. Ou nada!

    Por outro lado, sem ter simpatia (nenhuma) por George W. Bush, entendo que considerar Chavez o seu sinal contrário não faz qualquer espécie de sentido. Os EUA estão cheios de críticos de Bush, e não o vi persegui-los; Bush tem uma péssima imprensa e não o vi fechar estações de TV e jornais, pelo facto de serem anti-regime; Bush acabará este mandato e vai para casa, e não o vi alterar a constituição para ficar o tempo que entender; etc. Só entendo a comparação feita se isso quiser dizer que de um Bush espera-se mais do que se espera de um Chavez. Sem este hadicao à partida a comparação é uma enorme desproporção.

    Por último, um breve comentário à atitude do Rei Juan Carlos. Bendita categoria e bendita autoridade moral. Afinal de contas, foi isso que lhe permitiu dizer o que a meio mundo apetecia ter dito.

    ResponderEliminar
  3. Sensato apoyo del Presidente Alan Garcia a Don Juan Carlos

    ResponderEliminar
  4. Essa do hadicao é que me partiu todo.
    Já não precisamos dos brasileiros para avacalhar a nossa língua.
    Bendita ingnoranciao...

    ResponderEliminar
  5. Errata

    O AFM errou. Onde, no comentário anterior, digitou "hadicao" queria ter digitado "handicap".

    Esta correcção faz-se para quem por outro modo não conseguiu perceber a palavra que se pretendia usar.

    ResponderEliminar
  6. O AFM é um erro. Assim é que está correcto.

    ResponderEliminar