sexta-feira, novembro 30, 2007

O descanso do guerreiro

Ontem tive um dia como muitos, mas cheguei a casa aborrecido. Há dias assim.
No escritório tudo nos irrita, na rua são todos uns selvagens, o país é uma merda, enfim… nada como chegar a casa para descontrair junto dos nossos.

E quando cheguei a casa tinha uma surpresa da minha cara-metade, umas alheiras maravilhosas, compradas numa mercearia da Foz, pequena e familiar e que não vai durar muito. Não pensem que vou dizer onde é.

Ora bem… umas alheiras daquele calibre fizeram-me abrir uma garrafa de Tinta Roriz e Touriga Franca duma Quinta ali para as Beiras que também não vou dizer o nome.
Não vou dizer por puro egoísmo, porque comprei-a no estabelecimento do Sr. Belmiro, e quero ir lá hoje comprar as restantes.

Vamos ao que interessa:

Peguei nestas pequenas maravilhas do nosso país e pu-las numa frigideira sem qualquer espécie de gordura (azeite, manteiga, margarina), em lume muito brando.
Lentamente, muito lentamente (enquanto isso, ia bebericando o dito vinho), os pequenos golpes longitudinais que lhes fiz, foram abrindo, deixando a sua gordura e aromas escorrer e invadir a minha cozinha.

Cortei também umas batatas aos palitos e comecei-as a fritar, enquanto os grelos coziam só com sal e alho.

Depois de verificar que as alheiras estão no ponto, com o seu interior já quase todo fora e um bocadinho tostado, fiz os ovos estrelados.
As receitas são para ser levadas a preceito.

Não vos vou dizer se estava bom ou divinal. Não seria correcto da minha parte contar-vos o espectáculo de sabores que uma alheira pode conter, então quando é bem feita…

Há várias maneiras de fazer estes pedaços de céu da nossa gastronomia (enquanto a ASAE não se lembrar de acabar com elas). Costumo faze-las no forno, em cima da grelha, enquanto umas batatinhas pequeninas pré cozidas no tabuleiro em baixo levam com o seu molho.

Seja qual for a maneira de cozinhar as típicas alheiras do nosso bonito Portugal (que lindo), uma coisa é certa:
No dia seguinte sentimo-nos muito mais felizes.

2 comentários:

  1. Ainda se lembra de quando, muito preocupada com o nosso bem estar e a nossa boa forma física, a Dinamarca propôs a pasteurização das massas queijeiras?
    E houve quem embandeirasse em arco... santa ingenuidade e abençoada ignorância!!!

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  2. Meu Caro Zé, este teu post é deliciosamente maldoso para quem só vai jantar daqui a umas 4 horas. Um abraço.

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