Garota de Ipanema

Acredito piamente que nasci com um pé para o travão e outro para o acelerador. Mas quando estou no Rio esqueço a minha tendência natural para a preguiça e vou caminhar devagarinho para o calçadão, quase sempre de Ipanema porque no de Copacabana encontram-se mais gringos suados do que nativas...
Ipanema tem aquele charme, sobretudo na avenida Vieira Souto, o metro quadrado mais caro do Brasil. Há sempre a esperança de dar de caras com a autêntica Garota de Ipanema, ou, se tivermos mesmo sorte, com a filha dela, uma bela mocinha de 30 anos que arrasava corações até ser arrebatada pelos dólares e pelos dentes falsos do milionário Roberto Justus.
Pois desta vez, meus amigos e amigas, Ipanema foi uma desilusão. Muitas pelancas, muitas estrias, regos de suor, plásticas mal feitas. Garota de Ipanema, nem vê-la. O melhor mesmo ainda são as vaquinhas da Cow Parade, com as patinhas enfiadas na areia mas longe da água gelada do mar.
Não me importava de teorizar sobre essas coisinhas, e fazer até uma defesa preventiva de eventuais acusações de marialvismo deslocado, mas não tenho tempo. Acabei de ver o Diogo Mainardi a atropelar uma velhinha com a bicicleta e quero ir pedir-lhe um autógrafo. Já agora, deixo aqui uma provocação que me ensinou uma benfiquista que encontrei por estes sítios (sim, até aqui): "Nunca atropele um ciclista do FCP porque a bicicleta pode ser do seu filho"...