Sentida e profundamente agradecida.
Num País onde se vulgarizou a atitude do "não vale a pena" e até do "mais valia sermos espanhóis", aliás vulgarizada pela tão apregoada diáspora (que há longas décadas mais não é do que um assumir da desistência e da impotência, através da escolha de um destino melhor em detrimento do esforço de melhorar o destino), não é de deixar escapar uma oportunidade como esta que os "lobos" nos tem proporcionado.
Estes rapazes,
que poderiam usar nomes compostos e se apresentam apenas pelo nome próprio e o apelido;
que conseguiram o feito histórico de se qualificar para um mundial onde sabiam que iriam apanhar que nem tordos - e no râguebi, apanhar é literal, deixa marcas, não é um mero exercício de retórica;
que se orgulham até às lágrimas do privilégio de representar o País e de cantar a Portuguesa;
que nos dão exemplos de dignidade acima de qualquer profissionalismo, como quando aplaudem os adversários que lhes são, manifestamente, superiores, sem vergonhas e sem falsos pudores;
que assumem o resultado do seu esforço, mesmo quando é fraco, sem desculpas, com humildade e sem cedências fáceis a possíveis pressões;
que lutam até ao fim e até ao limite das forças, com brio e esforço;
Estes rapazes merecem a nossa Homenagem.
BRAVO
BEM HAJAM
É possível um Portugal melhor. Basta querer.
Estes Homens são GRANDES HOMENS.
ResponderEliminarObrigado Lobos!
Há algo de profundamente errado, quando um país festeja derrotas colossais de uns tipos que cantam o hino nacional como se fossem palhaços.
ResponderEliminarMais jogadores de rugby houvesse no país, melhor este seria.
ResponderEliminarParabéns, Lobos!!!
Funes: eles não são palhaços, eles não têm obrigação de ganhar e podem sim perder por muitos, porque são amadores no meio de profissionais, os melhores do mundo. Mal no país é a palhaçada do futebol em que meninos mimados gastam milhões ao país e só se preocupam com o que ganham na conta bancária própria!
Meu caro anónimo,
ResponderEliminar1 - Eu não disse que eles eram palhaços. Disse que cantavam o hino como palhaços. Reafirmo-o.
2- Eu também não disse que eles tinham qualquer obrigação de ganhar. Disse que não percebia o sentido de festejarmos as suas derrotas. É que, se pensar bem, apanhar cento e tal da Nova Zelândia, é feito que qualquer um consegue. O difícil é não apanhar e isso é que, se tivesse acontecido, podia merecer ser festejado (embora eu ache sempre que uma vitória desportiva não merece nunca que se gaste um cêntimo a festejá-la). Há qualquer coisa de errado e de invertido em festejar derrotas colossais. Foi só o que eu disse.
3- Com o que diz sobre o futebol, eu concordo e subscrevo.
Caro Funes,
ResponderEliminarDiscordo absolutamente com o seu comentário sobre a forma dos lobos cantarem o hino.
Eu creio que nunca seria capaz de o cantar como eles o fazem. Mas devo respeitar o carinho, emoção e sentimento com que eles o fazem. Parece ridículo, mas não é. Ridículo é não ser capaz de compreender, aceitar e respeitar o empenho com que eles o fazem. Trata-se de sentimentos positivos e louváveis, que merecem todo o respeito.
Dispus-me a fazer este comentário porque creio que em Portugal não sabemos respeitar este tipo de sentimentos. É pena. Porque todos temos aprendido a respeitar outros sentimentos muito menos nobres, e isso já ninguém discute.
Agora se uns bravos rapazes, amadores de levarem abadas, disponíveis para lutarem batalhas impossíveis, decidem cantar o hino com sentimento, demonstrando o seu amor pela Pátria e assim dignificando o seu orgulho de representar a Nação, então já os podemos considerar palhaços?!?
Peço desculpa mas discordo totalmente. Aliás, não peço desculpa. Discordo.
Funes, é natural que não percebas, pois o rugby é um desporto para homens e cada jogo é, literalmente uma batalha.
ResponderEliminarSuponho também que imagines que os nossos ancestrais, antes das batalhas que travaram (Aljubarrota, por exemplo) se motivavam para a luta com uns gritinhos delico-doces.
Se a nossa selecção fosse representada por sujeitinhos deprimidos e moralmente débeis como tu (credo, cruzes, canhoto) não tinhamos concerteza nenhum ensaio ou ponto para festejar nem nos podíamos congratular com o brio e a coragem dos nossos jogadores.
Sai do buraco...
Dos dois comentários anteriores, só concordo com uma coisa: ninguém tem que pedir desculpa por discordar de mim.
ResponderEliminarQuanto ao resto mantenho, mantenho tudo o que disse e, evidentemente, como se viu com a campanha das bandeirolas "made in china" da Scolari, o patriotismo de cada um não se mede pelo modo mais ou menso grosseiro com que urra o hino.
Se o Estado que nos geverna fosse uma entidade de bem, eu, para aferir do real patriotismo dos jogadores da selecção de rugby, perguntava-lhes-ia pela declaração de rendimentos e pelos impostos que têm ou não em dia. Infelizmente, com o Estado que temos, não pagar impostos tanto pode ser um acto individualismo egoísta, como o exercício de um dever cívioc conscientemente assumido.
Não posso usar esse critério.
Mas insisto: parecem palhaços. E a sua figurinha (que não duvido sentida) parece aproximar-se mais da patrioteirice do Zé que põe a bandeira "made in China" no janelo da marquise, do que de genuíno patriotismo.
Mas isto, se calhar, é a minha debilidade moral a falar.
Enfim, este debate agrada-me e os meus oponentes também. Mas sinto que, sendo aqui um mero convidado, estou a abusar da gentileza que para comigo tiveram, permitindo-me que aqui pudesse adoptar este tom acintoso.
estou absolutamente disponível paracontinuar esta "guerra", mas noutra sede qualquer.
Aqui, sentir-me-ia, repito, a abusar da paciência com que até agora me aturaram.
Ainda cá volto, ó Funes.
ResponderEliminarNão faço juízos sobre moralidades alheias, nem mesmo sobre as motivações que possam originar os cometários que aqui debatemos.
Mas quero sublinhar um aspecto. Primeiro, não há qualquer laivo de palhaçada na forma de cantar o hino, pelo menos não nesta que estamos a discutir. Palhaçada seria desrespeitar o hino e o seu significado - ou qualquer outro gesto nesse mesmo sentido.
Depois, cada um pode interpretar como bem entender o significado desse gesto; por exemplo, concluir que mais importante do que cantá-lo com sentimento é não perder por quase cem pontos; ou declarar os impostos patrioticamente.
Porém, o ponto que a mim me parece mais importante é que a pertença a uma comunidade não implica só razão, uma escolha da vontade ou do destino; implica também, e porventura até mais importante, uma adesão emocional a essa pertença. É essa emoção que nos permite aceitar fazer sacrifícios, quando tal é necessário, ou que nos motiva a lutar dignamente em situações que seria mais fácil baixar os braços.
É isto que eu vejo na forma exagerada como os Lobos interpretam o hino. É também isto que eu vejo cada vez menos no Portugal actual. E não falo só de gestos, falo sobretudo de atitudes de abandono e desespero, de descrença na pertença a uma comunidade e na bondade de lutar para melhorar o destino comum.
Por isto, por tudo isto, aplaudo a forma sentida, exagerada e aguerrida com que os Lobos interpretam o hino; mesmo, ou até sobretudo, quando partem para uma batalha impossível.
PS. Não terá sido por acaso que todo o estádio se uniu ao aplauso que os All Blacks generosamente concederam aos Lobos na sua saída, apesar de terem acabado de os massacrar por números esclarecedores...
Já a formiga tem catarro...
ResponderEliminarna sede que quiseres, Funesto!