Muita gente, comigo incluído, achava que um dos grandes males que contribuíam para a incapacidade de afirmação do Porto e do Norte estava na fraca qualidade dos seus líderes políticos, sobretudo quando comparados com os de Lisboa. Lisboa sim, é que era, produzia facilmente políticos de envergadura e dimensão nacional e mesmo internacional.
Na verdade, como sabemos, este diagnóstico era bastante exacto no que ao Porto diz respeito, pelo menos até agora.
Essa desvantagem acabou. Não porque o panorama no Porto tenha melhorado, mas porque Lisboa está longe de ser, afinal, um exemplo. Já não temos de nos envergonhar, estamos bem (mal) uns para os outros.
De facto, posta a coisa a teste com as eleições para a Câmara de Lisboa, o país foi presenteado com um painel de candidatos de comédia, tanto no seu conjunto como individualmente considerados, se olharmos apenas para a campanha eleitoral. Nenhum deles se distingue nem cumpre os mínimos olímpicos. Bem sei que alguns dos candidatos são bem melhores do que aquilo que estão a revelar em campanha e têm qualidades humanas, políticas e profissionais acima da média. Só que isso não tem sido mostrado à cidade e ao mundo. Até António Costa, a quem muitos auguravam grandes voos, parece meio apático e sem chama. Talvez não esteja nesta guerra por opção pessoal.
Não se pense que faço esta avaliação com alegria, tenho sinceramente pena deste estado de coisas.
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