quarta-feira, junho 27, 2007

Os prós dos contras

Consegui, com esforço, assistir ao último (desta época) Prós e Contras, por causa do meu Porto. Haveria certamente muita coisa a dizer sobre o que ali foi dito e sobretudo sobre o que não foi dito. Queria, no entanto, reter três ideias.

Primeira. Rui Rio pode até ser o presidente da Câmara que o Porto merece, mas não merece mais do que isso. O Presidente da Câmara da segunda cidade do País tem de ser capaz de pensar o País, o Norte e o Porto. Tem de ser capaz de apresentar à Nação projectos que o Terreiro do Paço esquece. Não pode limitar-se a ter um programa de gestão autárquico. Pelo menos enquanto o nosso sistema político for o actual.

Segunda. A Fatinha, como já lhe chamou o nosso Mexia, devia aprender rapidamente a não querer impor os seus próprios preconceitos aos intervenientes. Vinha com a ideia de que "o Porto também é responsável, não é só culpa de Lisboa", e não descansou enquanto não obrigou os intervenientes a falar disso - e, sobre isso, não falta o que dizer. Prejudicou o debate. Foi, ainda, incapaz de se libertar de uma certa forma de ver o País que vai dominando entre os monstros da nossa comunicação social e que leva a que temas mesquinhos tenham tempo de antena; foi vê-la à procura de embaraçar Rui Rio com as críticas que chegam aos ouvidos dos jornalistas do Terreiro do Paço... Não justifica o que ganha.

Terceira. É gratificante verificar que o Porto começa a ter personalidades com imagem à escala nacional, capazes de pensar Portugal de maneira diferente. E não me refiro apenas a Rui Moreira, que brilhantemente tem vindo a encabeçar esse novo movimento, mas também a outros intervenientes que falaram bem da audiência. Assim, pode ser que volte a haver esperança. Para não dizer mais, deixaria apenas esta reflexão: se o Terreiro do Paço insiste em hipotecar a capacidade de investimento do País em projectos megalómanos, evidentemente que o Porto tem de ser capaz de encabeçar um movimento que proponha soluções alternativas e investimentos mais equitativamente distribuídos pelo território nacional. Ao menos para embelezar a "paisagem" do resto que não é a Lisboa deles.

PS- Parabéns ao Nortadas, pelo seu 4º aniversário. Pela minha parte aqui continuarei empenhadamente... mesmo que também demoradamente.

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