Acabo de assistir em directo ao debate entre Ségoléne Royale e Nicolas Sarkozy. Suspirei porque assisti a um verdadeiro debate, entre dois projectos diferentes, duas concepções dos males e das receitas da França e para a França, duas posturas quase antagónicas mas unidas, apesar de tudo, por uma enorme vontade de reformar o País e de oferecer Esperança a um Povo. Que diferença para os debates nacionais... (suspiro!)
Senti igualmente um certo alívio... por não ser francês. É que sentindo-me muito mais próximo da visão do mundo de Sarkozy, há alguns aspectos das suas posições políticas que me incomodam profundamente, em particular no que respeita à visão dos imigrantes e do (não) futuro da Turquia na União Europeia. Admito que uma imigração descontrolada pode não ser uma coisa muito defensável, mas chegar ao ponto de não admitir a entrada de pessoas que tem contrato certo - como acontece hoje em Portugal - também não me parece que traga nada de bom, quer ao País, quer à economia nacional e mundial. Creio que a ideia europeia se vier a triunfar algum dia, e espero que sim, necessitará ou implicará a sua afirmação como potência. Ora, numa tal situação, a Turquia é não só útil como até necessária. Será porventura uma questão longíncua, e espero que sim, mas não é uma questão que mereça uma posição de princípio negativa... Até pelas questões civilizacionais que coloca.
Ou seja, senti-me aliviado por não ter de escolher votar Sarkozy. Não creio que a sua visão do mundo seja democrata-cristã, mesmo se será de direita.
"longíncua"?
ResponderEliminarEstá sempre aliviado por não ter de escolher.
ResponderEliminarTem razão, anónimo, ultimamente tenho ficado aliviado por não ter de escolher algumas vezes. No entanto, repare que "não escolher" em França, não é um problema meu; é dos franceses.
ResponderEliminarJá a não escolha no caso do CDS foi mais difícil. E aí o meu alívio vinha precisamente de não ter precisado de fazer escolha apenas porque não poderia ter votado... se tivesse podido, teria escolhido, por muito que me custasse.
Mas também por causa desses alívios, meus e doutros, é que sinto vontade de intervir mais activamente... para criar mais embaraços ou para evitar o embaraço de alguns que não se sintam bem representados