terça-feira, abril 17, 2007

DIRECTAS

Não vou votar nas Directas do CDS. Não por desencanto, que é muito, mas simplesmente porque, por razões que desconheço, fui liminarmente eliminado dos cadernos eleitorais do Porto, para onde tinha transferido há vários anos a minha filiação originária de Coimbra.
Este é, todavia, um indicador de que as directas são um absurdo se não forem precedidas de uma refiliação e actualização dos cadernos eleitorais. Caso contrário, o universo eleitoral não é fiável.
Não vou votar, como disse, porque não me deixam, mas se votasse admito que teria muitas dificuldades para definir o sentido de voto.
A avaliação que faço da gestão de José Ribeiro e Castro não é positiva, embora esteja consciente das enormes dificuldades de vária ordem que enfrentou. Reconheço a Ribeiro e Castro tanto mais qualidades quanto maior é a pressão , com excepção de um pequeno desnorte no início deste processo eleitoral, pelo que me parece que durante muito tempo não se aproveitou bem a si próprio. Basta ver a lista dos seus mandatários distritais e o elenco do governo sombra para ver que se empenhou e que talvez haja alguma luz ao fundo do túnel, como diria o João Anacoreta Correia.
Por outro lado, o meu juízo sobre todo o percurso de Paulo Portas desde que abandonou a liderança, quando muita gente esperaria que ele ficasse, também não é precioso.
Agradeço, por isso, à mão oculta que me expurgou dos cadernos eleitorais o ter-me libertado deste cruel dilema.
Sonho apenas, seja qual for o vencedor, que o partido se reconstitua e forme, de facto, uma alternativa para Portugal.

5 comentários:

  1. O seu alívio, por não poder votar, espelha bem o desalento que percorre o CDS!

    Noutras circunstâncias, termos dois candidatos, seria uma prova de maturidade do partido.Qualquer que fosse o resultado o partido saíria mais forte e mais unido.O que antevemos, os que achamos que o partido é que é importante,é que vamos sair mais enfraquecidos.

    Portas volta sem se perceber a mais pequena razão para tal.Mudou o quê desde o seu abandono? E que métodos são estes num partido que se arroga de ter princípios?

    Ribeiro e Castro lutou com armas desiguais e com inimigos entrincheirados
    em orgãos instituicionais.Na sua "entourage" há gente jovem e de grandes qualidades que não foi devidamente aproveitada.Havia que lhes dar protagonismo como, por exemplo, porta vozes de áreas da governação que nos são caras.Grandes figuras do partido estão agora a juntar-se, dando de RC uma imagem que não tinha.

    Mas o que não há dúvida nenhuma é que Ribeiro e Castro tem o direito de ir a votos em 2009.Foi eleito democraticamente Presidente do Partido, e não há razões nenhumas consagradas nos Estatutos que lhe retire esse direito.

    E pior que tudo.É que se RC não for a votos nacionais, nunca saberemos quanto vale o CDS.Ficamos a saber quanto vale Portas mas não o CDS!

    Ora o que me preocupa é a Democracia Cristã que vale muito mais que Portas.

    Ir ao fundo agarrado a Portas, aproveita a quem?

    Porque Portas já não é ( alguma vez foi?) uma mais valia para o CDS, enquanto Presidente do Partido.

    Nós temos o DIREITO de saber quanto vale o CDS, a Democracia Cristã, para os Portugueses!

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  2. ... a democracia-cristã, vale muito pouco para os portugueses.

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  3. Nenhum de nós sabe quanto vale, anónimo!

    Quem tem ido a votos é Portas, não o CDS!

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  4. Estes desabafos de quem vê a política muito ao longe fazem-me uma certa confusão..

    Por um lado, porque o voto e o não voto são (já) banalidades tão semelhantes como quem pergunta: "Amanhã vais ao jantar?"

    Depois, porque chega a haver uma certa soberba em mostrar isso.

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  5. Anónimo, você desculpe, mas basta ser anónimo na autoria da intervençao.

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