sexta-feira, março 02, 2007

A surpresa...

Não posso esconder a minha surpresa e decepção com o resultado da AG da PT. Também não devo esconder que já ando surpreso de há algum tempo a esta parte com as movimentações do preço das acções daquela companhia.

Tenho para mim, como ouvi muitas vezes em pequeno, que o "capital não tem pátria". Não tem, nem deve ter. O capital tem donos, que devem ter por principal objectivo nas suas aplicações financeiras a maximização do valor do seu dinheiro - porque o capital de que falamos é o dinheiro dos investidores. Por conseguinte, surpreende-me que os investidores da PT estejam satisfeitos com o rumo que a empresa tem vindo a ter. Ao que se sabe, apesar dos esforços mais recentes desta última administração, a PT tem vindo a abusar das suas posições no mercado com a conivência dos reguladores nacionais, para perseguir os sonhos de uns senhores que tem sido os seus administradores, sem grandes sequências e piores desenvolvimentos. Sempre em detrimento dos consumidores.

Porque é que a maioria dos investidores entende que esta nova administração, dominada pelos interesses do costume, virá a produzir um melhor resultado para o seu dinheiro do que uma Sonae que investe maioritáriamente, escapa-me completamente.

Mesmo se consigo perceber quanto irão ganhar alguns dos actuais interesses que também são accionistas... sobretudo depois que a actual administração lhes prometeu o reforço da influência através da redução do capital da empresa - vulgo aquisição de acções próprias.

Este resultado entristece-me, porque acreditei durante algum tempo que uma grande empresa portuguesa iria escapar ao controlo dos interesses tributários, clientelares e clientelistas, do Terreiro do Paço. Penso que o País perde por isso e sei que os investidores irão perder com isso. A ver vamos e creio que em menos tempo do que muitos imaginam.

Por último os consumidores. A esses, a julgar pela imprensa que é sempre uma má fonte de informação, parece que a Sonae já prestou um serviço. Parece que poderão vir a beneficiar das consequências desta OPA hostil falhada, na medida em que as condições de concorrência no mercado possam vir a aumentar. A ver vamos...

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