Esta agitação toda à volta de Salazar e do concurso da RTP vai exactamente de encontro aos objectivos pretendidos pelos que o elegeram o mais ilustre português.
Pelos vistos, quem mais contribui para a perpetuação do mito Salazar não são os poucos saudosistas do antigo regime mas sim a esquerda, que lhe atribui qualidades mágicas e poderes sobrenaturais.
Concluir-se que o resultado do concurso significa um reavivar da "reacção" que coloca em perigo a democracia é um perfeito disparate. O que sucedeu não tem nada a ver com isso, nem é resultado de eventuais deficiências no ensino da História de Portugal, como pretendem alguns exaltados, muito menos é sintoma do descrédito dos políticos e do sistema (embora este seja real).
A origem deste imbróglio esteve, antes, nos complexos politicamente correctos. Se não tivesse existido a polémica da exclusão de Salazar da lista dos ilustres portugueses postos a concurso tudo teria decorrido tranquilamente. O veto inicial do nome de Salazar, dando uma ideia de censura, despoletou a brincadeira.
Sim, porque tenho a certeza de que a esmagadora maioria das pessoas que votaram em Salazar o fez pura e simplesmente para gozar.
Eu conheço imensas pessoas que votaram em Salazar, muitas delas nascidas depois de 1974, que se estão nas tintas para Salazar e que detestariam viver sob um regime como o do Estado Novo. Quiseram simplesmente desfrutar do enorme incómodo que causaram à RTP e ao establishment. Não fora o pânico dos politicamente correctos e a coisa não teria graça nenhuma.
Aliás, não foi só cá que isso se passou. Em Inglaterra, num concurso semelhante, os estudantes de uma universidade qualquer mobilizaram-se para eleger uma mais ou menos obscura personagem que deu o nome à instituição e quase bateram Churchill.
Os mais aflitos que descansem, pois o velho Professor de Coimbra também está a descansar há muito e este descanso é eterno.
Continuo convencido que a vitória de Salazar não tem qalquer significado.
ResponderEliminarMas se se quiser encontrar alguma conclusão do espatafúrdio concurso da RTP, a única que eu vejo é banal: somos pobres.
Com efeito, pobre, o povo português vê no Estado o único garante da sua segurança. Pobre, o povo português previlegia, naturalmente, a segurança, em detrimento de outros valores, como a liberdade ou a Justiça.
Não espanta, pois, que e favoreça aqueles políticos que lhe dão maiores garantias de segurança.
O que fez a vitória de Salazar n'"Os grandes portugueses" foi exactamente o mesmo que fez a fortuna eleitoral de Eanes e de Cavaco e vai fazendo a fortuna de Sócrates: uma certa imagem de autoridade que transmite segurança.
Um Papá, portanto.
ResponderEliminarCom Salazar em primeiro e Cunhal em segundo é óbvio que são votos arregimentados!
ResponderEliminarAs outras figuras já não têm familia, nem amigos, nem ódios de estimação!
O mais hilariante de tudo foi ver a odete santos a cuspir a dentadura, e no fim do programa em histeria total a levantar a blusa para tirar rapidamente o mocrofone, deixando visivel a cinta com soutien! Confesso que tive pesadelos...
ResponderEliminarDuarte
Salazar é um exemplo de PROBIDADE HONESTIDADE, RECTIDÃO, INTEGRIDADE.
ResponderEliminarEste é o motivo da sua vitória!
O regime abrilino tem inveja destes virtudes de Salazar.