sexta-feira, março 23, 2007

50 anos do Tratado de Roma

Celebram-se este fim de semana os 50 anos do Tratado de Roma. Na boa tradição democrata-cristã, considero-me um europeísta convicto e defendo que a solução inovadora proposta pelo Tratado de Roma (atribuição de competências próprias a instâncias supranacionais), e já anteriormente pelo Tratado da CECA, é um dos pilares do sucesso económico europeu e da estabilidade, e Paz, que o Continente tem podido viver.

Acho ainda que contém em si as bases do que poderá vir a ser um dos pilares da afirmação do modelo sócio-económico europeu, caso este se venha a conseguir afirmar no mundo do amanhã, marcado pela globalização e respectivos acréscimos de eficiência, competitividade e concorrência e pela afirmação das potências emergentes - a China, a Índia, mas também o Brasil e outros.

Considero igualmente que o Tratado de Roma era mais perfeito e mais equilibrado do que todos os que lhe sucederam.

Mas sobretudo festejo o Tratado de Roma por um aspecto que a nós portugueses nos toca particularmente: alguém consegue imaginar o que teriam sido os últimos 30 anos de Portugal, no post-império, caso não existisse a integração europeia? E se alguém consegue, será que ousa imaginar que teria sido melhor?

5 comentários:

  1. O Ventanias desilude-me: cai no chavão do "europeísta convicto", que é uma figura de estilo sem substância ou uma muleta retórica para quem não tem nada a dizer, e fala-nos do "modelo económico-social europeu", que é um outro ovni desta nomenclatura, mas sobre o qual não há dois europeus que estejam de acordo sobre o que se trata. E viva o Tratado de Roma!

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  2. Muito bem, Ventanias!

    Os Eurocépticos mudam de opinião conforme as funções que exercem, e nunca, mas mesmo nunca, apresentam quaquer alternativa á UE!

    Trata-se da mais fecunda VISÃO política dos últimos 50 anos e tem ainda muito para dar á Paz, ao Progresso e á Justiça!

    Nunca tantos viveram em Paz e em Progresso tanto tempo!

    Estes Eurocépticos deviam ter nascido em 24 de Abril serem humilhados todos os dias ( o fascismo é a humilhação diária ) e verem a miséria que nos envergonhava a todos!

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  3. "alguém consegue imaginar o que teriam sido os últimos 30 anos de Portugal, no post-império, caso não existisse a integração europeia? E se alguém consegue, será que ousa imaginar que teria sido melhor?"

    A resposta é muito simples: Não!

    Daqui não se segue que a Europa tenha qualquer futuro. Não tem. E é por isso que os eurocépticos não têm qualquer alternativa. Não a tem porque não há.
    A Europa está morta. Ponto final. É um cadáver adiado que já nem sequer procria.
    A situação da Europa hoje lembra a do fim do Império Romano. Uma fortaleza rica, rodeada de "bárbaros" que cobiçam essa riqueza, sem poder dispensar esses bárbaros dentro das suas fronteiras e condenada ao esboroamento com eles dentro.
    Já só em Bruxelas é que ainda há ilusões.

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  4. Tem razão meu caro Douro, embora eu creia que o que afirmei é mais do que suficiente para dar sentido ao conceito de europeísta convicto. Mas passo a explicar: sou europeísta porque acredito que a dimensão europeia é necessária à afirmação e defesa das Nações da Europa, em particular da Portuguesa. Sou convicto, porque compreendo e aceito que o modelo de governação da Europa será tanto mais interessante para Portugal quanto mais se aproxime de um modelo federal. Do mesmo modo e no mesmo sentido, também creio que a questão mais importante é a das competências que se queira, ou não, atribuir à Europa - o que é igualmente uma questão essencialmente federal.

    Quanto ao modelo económico-social europeu, usei-o efectiva e voluntáriamente como chavão que é, porque não pretendo neste âmbito debater o seu conteúdo. Mas tenho ideias sobre isso. O que aqui direi é que a própria essência da democracia-cristã é, no meu entendimento, a defesa da responsabilização colectiva sobre um certo minímo bem estar individual, em particular dos mais desfavorecidos. E eu acredito nisso. Embora também acredite que isso não deve ser incompatível com um muito maior recurso à responsabilidade individual e à equivalente flexibilidade e liberdade que a modernidade tanto reclamam. Havemos de voltar a falar.
    Abraço

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  5. Quanto ao amigo funes, sempre lhe direi que não é só em Bruxelas que se acredita que a Europa não está morta... eu, por exemplo, acredito que a dimensão europeia é essencial à defesa dos interesses de Portugal, no mundo de amanhã.

    Aliás, há muito quem sonhe com outras alternativas; dúvido é que fossem melhores, quer para Portugal quer para a Europa.

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