O CDS ainda não morreu, pelo menos de papel passado. Está, no entanto, como é bom de ver, numa profunda agonia e corre o risco de se tornar um partido ridículo. Não consigo compreender muito bem o que se passa: não entendo a estratégia da Direcção, muito menos o objectivo da oposição.
A coisa é curiosa e resume-se assim: a Direcção finge que não há oposição e a oposição finge que há Direcção.
Pelo meio trocam-se picardias e acusações inconsequentes, infantis e até irresponsáveis.
Envolvidos nestas guerras de alecrim e manjerona, ninguém repara que o país não liga nenhuma ao CDS. A liderança não é escutada e, por isso, não existe politicamente. A oposição não está melhor e já não é sequer realmente notícia. Não se vê que seja proposto um rumo alternativo, uma ou outra política diferente, um novo método. A oposição apenas critica o líder, por tudo e às vezes por nada, tendo como único propósito (aparente) uma política de terra queimada por forma a preparar o caminho para um Desejado, seja ele quem for. Uma vez que não há quem ache que este é um bom tempo para aparecer, a estratégia da oposição não tem o menor sentido nem oportunidade. Enfraquece o partido de tal forma que daqui a um ano ou dois, quando o Desejado achar que os idos lhe serão propícios, corre-se o risco de não existir partido para liderar. Não é possível pôr um pouco de bom senso neste contexto e com isso sofremos todos.
É que quem pensar que o CDS é indestrutível e que o seu núcleo fundamental de eleitores estará sempre disponível está muito enganado. Muito mais grave do que o país em geral ignorar o partido, o que até se compreende dada a conjuntura política, é o facto de os próprios eleitores do CDS não se reverem nestes personagens e nesta forma de fazer política tendo perdido completamente o interesse pelos destinos do partido.
Sem comentários:
Enviar um comentário