O espectral Santana, em mais uma entrevista post mortem, já não anda por aí... está e estará por aqui. Para fazer justiça, como o João da Cruz. Fiel ao seu estilo vítima-ingénuo, o nosso menino guerreiro anda mais bem comportado. Não quer acusar velhos amigos, nem difamar os seus detractores... simplesmente quer assumir o seu lugar, no seu partido. Está, pois, a preparar um prato bem frio, que, julga, servirá com gosto. Assim fazendo o gosto à vingança e também a alguém que, uma vez mais – oh suprema injustiça – irá aproveitar a sua rebeldia naïf.
Já Cavaco, não vai em ressentimentos e teceu loas à coabitação institucional com Sócrates. Frutífera, portanto. Reputou o Executivo de “reformista”, e referiu que as reformas estavam a ser implementadas. Tudo como penhor por um país mais sólido e credível.
Ambos estão, reciprocamente, nos antípodas um do outro. Mas, curiosamente, nunca estiveram tão próximos... e a trabalharem, afincadamente, num objectivo comum...! Ou seja, cavar a sepultura do presidente do partido a que pertencem. Ora Cavaco pela positiva, falando do futuro, ora Santana pela negativa, falando só do passado, em tudo o que disseram, não assumiram a figura de Marques Mendes. Ignoraram-no, olimpicamente, emulando-o no altar da irrelevância.
De facto, o cinzentismo e apagamento do líder do P.S.D., muito embora os válidos esforços de credibilização da vida interna partidária, esbarram numa falta de imaginação e protagonismo que fará com que o seu prazo de validade expire antes do termo...! Sendo Santana e Cavaco os eminentes instrumentos desta ratificação pública e em directo.
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