CDS e LNG

A vida do partido é sempre muito agitada. Ou pelo menos tem-no sido nos últimos dois anos, mais precisamente desde o congresso de Abril de 2005. Semanalmente a oposição a Ribeiro e Castro procura demonstrar que Ribeiro e Castro está só. Semanalmente José Ribeiro e Castro (JRC) vai apresentando propostas e organizando iniciativas que provam que o partido existe. Os primeiros, liderados pelo grupo parlamentar, reclamavam um congresso extraordinário e tiveram-no. Perderam. Passaram a ameaçar com a recolha de assinaturas para convocar mais um. E assim ia o jogo até entrar em cena Luis Nobre Guedes. O primeiro sinal foi dado com uma “notícia” publicada no Semanário há cerca de 3 semanas. Aí se dava “conta” de amores e desamores que Luis Nobre Guedes (LNG) sentiria em relação a alguns elementos do grupo parlamentar. E vice-versa. Depois ficamos a saber que LNG teria escrito a JRC. Na última semana, de viva voz em entrevista à RTP, ficamos a saber que a carta de LNG era sem importância, fruto de lembranças matinais, mas ficamos a saber que LNG não quer um congresso extraordinário. E aqui é que a porca torce o rabo. Esse foi um “aviso”, claro, de que não concorda com a tese até aqui “colada” a Paulo Portas e defendida pelos seus “companheiros” de caminhada. Na entrevista LNG procurou mostrar-se acima da pequena politica em que alguns vivem. Procurou pose de estadista, recordou a sua passagem pelo governo, mostrou-se preocupado com o país e com o partido mas não de forma “umbiguista”. O certo é que a entrada em cena de LNG vai deixar muita gente, leia-se “portistas”, algo atrapalhada pois os recados que vinham no Semanário tinham remetente e destinatários certos como o demonstrou a entrevista da RTP. A estratégia agora é outra e passou a ser comandada pela dupla que levou no congresso de Braga Portas à liderança do CDS. Veremos o que muda. E a que velocidade.