Convenhamos, é dos poucos e antigos programas opinativos da televisão que se suporta. O Marcelo já não se tolera. Dizem-lhe que ainda tem audiências e é o que se vê: um constrangimento dominical, para expiar as culpas da semana que começa. Tanta sabedoria, tanta opinião, tanto livro, tanta carta, que agora até lhe falta o tempo para o leitão. O Vitorino, é uma excrescência televisiva. O verdadeiro cometa sem rasto. Não faz opinião nem audiência. Um placebo socialista, portanto. Já Pacheco Pereira, Lobo Xavier e Jorge Coelho, são um triunvirato heterogéneo mas de peso. Só nunca percebi o nome do programa : o Carlos Andrade é um bom moderador, mas não opina, resume. Porquê, então, Quadratura? Pela tríade de opiniões saudavelmente inconciliável?
Pois bem, as minhas interrogações parecem que vão ser aplacadas. O nosso ex-PR, essa distinta figura do consenso e da bonomia nacional, de sua graça, Jorge, vai ao programa. Será pois o quarto cavaleiro. E cá temos, então, a quadratura. Mas mais decisivo ainda é a estreia formal do homem, no desporto nacional do comentário e da opinião política. O período infindável de nojo a que se votou (um bom par de meses) foi para todos nós insuportável. Insuperável mesmo…!
Que falta nos fez: o homem que fazia o gosto à lágrima. Facto que a todos movia, comovia e convencia. Ouvia o hino, chorava, vias as criancinhas a acenar, chorava…etc.!
Vai aparecer agora, ufano, no programa da SIC-Notícias. Porquê não ter feito uma grande entrevista com a Judite de Sousa – muito formal - ou aparecer no Prós e Contras – muito vulgar. A Quadratura é o ideal. Tudo o que disser é em registo de amena cavaqueira, e a conversa é como as cerejas… e a estupidez é livre. Mas, note-se, vai falar e será um discurso de qualidade (como ex-P.R.) aquele que será divulgado. Não o do livre pensador que, agora, quer fazer o gosto à língua.
Que irá dizer? Boa coisa não é. Com uma atitude sóbria, temo que venha a verbalizar o que, no seu relevante entendimento, são imperativos morais a comunicar urbi et orbi, por via do vínculo indissolúvel de cidadania para com o país. Auto-justificação, de facto, não lhe falta. E, diga-se, comiseração nossa, também não…!
O senhor ex-PR está com a síndrome de abstinência. E, em vez de se manter bem calado, retirado no seu "Petit Trianon" recém restaurado, que, uma vez mais, a República usurpou à Monarquia (era o pavilhão - creio que de pintura - da Rainha D. Amélia), resolveu falar. Aguardemos…
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