sexta-feira, abril 21, 2006

MÉTODO SOCRATICO

Afinal, o país virtual socrático não existe ou, pelo menos, não merece a devida compreensão por parte de entidades como o Banco de Portugal ou a OCDE. Dá-me até uma certa pena assistir às vagas sucessivas de apreciações pessimistas e extremamente negativas que algumas instituições respeitáveis têm feito sobre a economia e finanças portuguesas.
A ilusão do método socrático de recuperação do país deprimido desabou com fragor. Nem a economia, muito menos as finanças, obedeceram ao entusiasmo, artificial como se vê, do Primeiro Ministro e do seu desgoverno. Não basta querer ou mesmo crer.
Dir-se-á que os efeitos das políticas socráticas só serão sensíveis daqui a algum tempo. Digo eu que o provado e comprovado descontrolo das finanças públicas, pior do que qualquer dos antecessores, não augura, helas, nada de bom.
Sublinho, no entanto, que continuo, ingénuo, a deslumbrar-me com a eficácia da propaganda. Mesmo eu, confrontado diariamente na minha profissão com a pura realidade, cheguei por vezes a ter dúvidas: será que me estaria a escapar o quadro geral e que as coisas, timidamente é certo, estariam a melhorar?
Eu sabia a resposta mas, vejo hoje, queria ser enganado. E agora, existirá mais algum truque na cartola do ilusionista ou chegámos ao fim do espectáculo?

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