quarta-feira, abril 26, 2006

Abrilada

A primeira parte do jogo em Guimarães foi das melhores que vi fazer o Boavista este ano. Num campo pesado, mais uma vez quase cheio de adeptos que nos são hostis, a minha equipa teve momentos soberbos. O futebol não é só golos. Também é entrega e profissionalismo. Tudo isso esteve presente nos jogadores da minha equipa no Afonso Henriques. Tal como o nosso 1º Rei lutou contra muitas adversidades (e muitos mouros), também o Boavista teve de lutar contra muitas adversidades. Bem…contra mouros é quase todos os anos. Sobretudo na comunicação social. E também “contra” (mais) um árbitro com uma dualidade de critérios gritante, felizmente corrigida na 2ª parte. Mas, na primeira foi uma vergonha. Como “mouro” que é, devia estar com medo dos “cristãos” do Afonso Henriques que, por vezes, utilizam cadeiras voadoras para mostrar a sua revolta. Só um exemplo: como foi possível o Cléber só ter sido expulso a meio da 2ª parte? O estado do terreno não explica tudo…Na 2ª parte, e com a saída (forçada) do João Pinto, o Vitória local acabou com escapar a uma derrota que merecia. Mas, um golo “impossível” deu-lhes um precioso pontinho. Com muito paíto…Tal como aconteceu na primeira volta, o Boavista passou a empatar vários jogos que mereceu ganhar. A sorte já não quer nada connosco. Os árbitros nunca quiseram. Não me lembro de um ano que os do apito negro tenham sido tão “desastrados”…Por coincidência, erram sempre contra o Boavista. Deve ser por terem medo do “xadrez”. Como disse, gostei da atitude de toda a equipa - um bocadinho menos na 2ª parte, onde não conseguimos jogar e onde sofri um pouco – mas, justiça seja feita, o Ricardo Silva foi um gigante. Se o Tonel merece ir à selecção, o Ricardo Silva merece ser titular ao lado do Ricardo Carvalho. Viva os Ricardos! Os outros, que fiquem a ver a luz ao fundo do Tonel…Com este empate, ainda temos muito que lutar até ao fim do campeonato mas, do mal o menos, o Vitória talvez acabe por ir para o lugar que lhe está destinado há alguns anos: a Divisão de Honra. É uma Honra. Mais pela inveja com que nos tratam do que pela dedicação dos seus adeptos. Mas, é a vida. Por último, e tal como previsto, a cidade do Porto comemora o seu 22º título de campeão e, sobretudo, o 16º, desde o 25 de Abril. A democracia chegou ao país e ao futebol. Só falta o mais importante: as mentalidades. Apesar da liberdade de expressão e da democracia, o sol continua a nascer só para alguns e a voz para os mesmos. Ou seja, neste capítulo, só mudaram as moscas. Abrilada na comunicação social desportiva precisa-se! Com urgência. Mas, voltando ao Porto…Parabéns ao novo campeão que, ao contrário do ano passado, foi-o com todo o mérito. Sem precisar de árbitros “jornada sim jornada sim”, nem de “estoris”, nem de “setúbales”. Limpinho. Embora, e como as verdades são para se dizer, escusava de ter sido campeão com um penalty inexistente e com uma demonstração de irresponsabilidade dos seus adeptos. Julgava que era o último comentário, mas não consigo esquecer o “capitão” Sá Pinto. Para não variar, uma vergonha! Como é que um clube com a dimensão do Sporting pode ter um jogador deste calibre? A entrega não justifica tudo.

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