Escrevo no Nortadas há dois anos, escrevo pouco, segundo dizem, porque escrevo em intervalos do trabalho, pois em casa, entre jantares, banhos, e TPC´s não dá tempo.
Nestes dois anos tenho resistido o mais possível a falar do CDS, o que não é fácil, pois é uma parte (pequenina) da minha vida. Acho que o Nortadas tem que ser muito mais que uma página de escribas que se identificam com o CDS, e tem-no conseguido com a inclusão de pessoas de outras latitudes.
Mas já se sabe, em alturas de crise, salta cá para fora a nossa veia militante, por isso estou a escrever o que espero ser o último post sobre o CDS.
O Carlos F. e o Bernardo LX já disseram muito do que eu penso, portanto tenho caminho aberto para dizer que o CDS/PP está uma tristeza.
Sim, uma tristeza. De quem é a culpa?
De quase todos.
Parece-me que apesar de tudo José Ribeiro e Castro é o que menos contribui para isso. Já a sua Direcção, com gente muito competente e com provas dadas nas diversas áreas, parece que não existe, é apagada e não consegue passar a mensagem.
O grupo parlamentar com deputados bons e preparados e outros completamente prescindíveis é uma desilusão. Esperava mais, muito mais.
Salva-se, do meu ponto de vista, a Secretaria-Geral, que tem feito um bom trabalho, discreto mas eficaz.
Num partido onde ninguém consegue ficar calado, onde todos acham que têm alguma coisa importante para dizer, é difícil haver um discurso coerente.
Num partido onde não existe a mínima lealdade entre órgãos, é um partido sem sentido de estado.
Num partido onde se pode insultar o presidente e muitos acham que isso é normalíssimo, é um partido sem vergonha.
Num partido em que o presidente está tão susceptível que à mínima provocação, não resiste a arranjar um vendaval, é um partido em risco de ruptura.
Num partido em que a Direcção (como as anteriores) continua a não apostar nas estruturas, preferindo manter caciques improdutivos, é um partido condenado ao nicho de mercado.
Finalmente, num partido em que na sua génese está a discussão de ideias, já não consegue discutir e conversar civilizadamente, é um partido com os pés para a cova.
É por isso que acho que chegou a altura de se tomar uma decisão, não por quem quer que seja o tenha pedido, mas essa decisão é um Congresso Extraordinário.
Eu sei que esta Direcção (em que votei) tem toda a legitimidade para continuar, mas só não vê quem não quiser.
Provavelmente haverá gente que goste de ser queimada em lume brando, eu não.
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