Nesta última semana M Soares deixou cair a agressividade pessoal contra Cavaco. Nas semanas anteriores M Soares ultrapassou com muita frequência o campo do debate das ideias políticas.
Ao ver que a “estratégia” desta vez não resultava, resolveu moderar-se.
Relembro que de outras vezes o ataque pessoal não tinha impedido vitórias políticas, nem manchado a estratégia de Soares. Foi assim com Freitas do Amaral (quem não se recorda do último tempo de antena antes das eleições), mas também com Sá Carneiro e Snu.
Assim de repente, julgo que quem fez realmente frente a Mário Soares – com a mesma agressividade – foi Basílio Horta, num espectacular debate na RTP.
O recuo de Mário Soares permite questionar a convicção com que fazia as suas afirmações. Pelo meu lado, acho que Soares não acredita verdadeiramente que Cavaco seja um professor de economia banal, nem em outros disparates semelhantes. O que se passa verdadeiramente é que, nestas eleições como em outras, Soares não olha a meios. Ele acha que em política tudo é possível, e o voto tudo limpa.
Há mais de 20 anos, Alegre teve uma afirmação de grande lucidez: “Soares nasce virgem todos os dias”.
Acredito que seja verdade esta capacidade de alguém se esquecer das maldades que fez na véspera. Mas não abona quanto à estrutura ética da personagem.
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