Não sei se é falta de ética, mas que falta qualquer coisa falta. Eu diria que é falta de coragem para cortar a direito e tomar decisões sem olhar a interesses.
Algumas questões:
1 - é legitimo um chefe de governo tomar decisões durante um seu mandato e posteriormente vir a trabalhar em empresas privadas? repare-se que qualquer decisão tomada por um chefe de governo, seja ele primeiro-ministro ou chanceler, afecta as empresas privadas. Assim sendo deve este ocupar apenas lugares em empresas públicas? Veja-se o caso Schroeder.
2 - é legitimo um ministro tomar decisões durante um seu mandato e posteriormente vir a trabalhar em empresas privadas que beneficiaram directamente da sua governação? Uma vez mais devem as empresas públicas albergar estas pessoas? Voltam para os seus antigos postos de trabalho? Mas não seriam estas também abrangidas pelo regime de exclusão? É de facto "curioso" o exemplo Pina Moura. Muito curioso mesmo.
3 - pode um deputado ter imunidade em processos que em nada estão relacionados com a sua actividade politica? Veja-se os casos das facturas falsas.
4 - pode o simples facto de ser candidato a qualquer cargo politico dar-lhe imunidade? Veja-se o imbróglio Fátima Felgueiras.
Claro que estas respostas e necessariamente a sua legislação serão dadas por quem delas beneficia em primeiro lugar. Haverá coragem, sincera e eficaz, de alterar tudo aquilo que cheira mal? Era bom que sim para que todos soubessemos as regras que jogamos.
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