Estou sinceramente convencido de que ele faz de propósito e que, apesar de o seu facies não o revelar, o Sr. Procurador Geral se diverte imenso connosco. Acho que ele quer ir embora e ninguém o manda. Doutra forma há coisas que não se conseguem compreender.
Sempre acreditei que era impossível que o processo Casa Pia não fosse conduzido com extrema cautela, dada a sensibilidade das várias matérias em jogo, e confiava que o próprio Procurador estaria a controlar o modo como a investigação corria. Pensava, portanto, que erros judiciários como o que aparentemente ocorreu com Paulo Pedroso eram impossíveis, pois por cada magistrado ou funcionário mais desastrado ou voluntarista existiriam vários controlos por parte de pessoas honestas, sensatas e responsáveis.
Afinal, correu tudo mal, segundo o Sr. Procurador. Para que não fiquem dúvidas, tenho a certeza de que o Sr. Procurador é uma pessoa séria, inteligente, bem intencionada, mas tenho duvidas quanto ao seu bom senso. Como refere JMF no Público de hoje, fará algum sentido que o PGR venha levantar dúvidas sobre a investigação enquanto está a decorrer o julgamento? Fará algum sentido que um PGR se queixe que a investigação deparou com resistências e pressões? Do que é que ele estava à espera? Que os arguidos, culpados ou não, lhe fornecessem as provas voluntariamente? O que se conclui, e até pode ser que a culpa não seja do actual PGR, é que o nosso MP não sabe investigar e é por isso que em Portugal só se condenam pequenos criminosos. Lamentável.
Mudando de tema, uma pequena nota para registar a eleição de David Cameron (aka Tory Blair) como líder do Partido Conservador britânico. Não era o meu preferido, mas ao menos espero que com ele os Conservadores consigam constituir uma verdadeira alternativa a Blair/Brown.
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