Costuma dizer-se que o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. E o rifão popular justifica-se plenamente no "romance" - ou será tragédia? - Casa da Música. Não vale a pena fazer aqui o seu historial, todos temos acompanhado os sucessivos episódios com preocupação: por um lado, sai-nos dos bolsos, a nós, portugueses e a nós portuenses, por outro lado, não augura nada de bom a continuação desta indefinição sobre o modelo de gestão a adoptar na Casa da Música.
Parece-me que o tempo se está a esgotar e o Governo PS tem que tomar rapidamente uma decisão, sob pena de comprometer seriamente o futuro desta instituição.
Se por um lado a solução Fundação tem a vantagem de associar ao Estado um grupo de privados e de instituições da região, a verdade é que o Estado será sempre a sua principal fonte de financiamento, ficando a dúvida sobre a capacidade do Porto em aguentar duas grandes Fundações, como é Serralves e seria a Casa da Música. Por outro lado, não me repugna nada pensar num modelo de gestão totalmente dependente do Estado, como é o caso do Teatro Nacional S. João, desde que seja concedida a suficiente autonomia financeira para que a sua direcção possa ter o dinamismo e a elasticidade que um equipamento destes necessita.
Seja qual for o modelo a adoptar, exige-se rapidez de actuação por parte do Ministério da Cultura, pois se a programação de 2006 está feita, é urgente pensar 2007, é urgente criar estabilidade à Casa da Música, é urgente criar um novo ícone da Cidade para que ela se reveja, e se revitalize. Já é tarde, mas...nunca digas nunca!
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