A semana começou animada.Segunda-feira a cidade foi surpreendida com uma conferência de Imprensa surrealista. O Presidente da Câmara do Porto, ladeado por um vereador do PSD e por um vereador do CDS-PP, informa que a Câmara se encontra em blackout, e que a partir do momento, entrevistas....só por escrito e sobre o que ele entender ser interesse público!
Mas será que a surpresa foi total? Não, já havia antecedentes. No mandato anterior, sensivelmente a meio, os vereadores da maioria receberam uma comunicação escrita em que lhes era imposto-em nome da superior coordenação e visão global-o silêncio e qualquer comunicação com o exterior teria obrigatoriamente que passar pelo Gabinete de Comunicação da Autarquia.
Parece que do Colégio Alemão ficou uma visão muito particular sobre Ministérios da Propaganda e suas vantagens, esquecendo que o Executivo da Câmara Municipal do Porto resulta de uma coligação de dois Partidos, autónomos e soberanos, e que tal medida limita necessariamente a divulgação da opinião política que cada um dos vereadores fatalmente tem que ter sobre os temas gerais da governação da Autarquia e sobre as políticas que cada um pretende implementar nos seus pelouros, divulgando-as, dando-as a conhecer, para além dos casuísmos do dia a dia.
Não temos que nos pronunciar sobre o que pensa o PSD acerca deste assunto. Mas espanta a aquiscência dos vereadores do CDS-PP, que placidamente deram cobertura a esta medida, não entendendo que assim o vulgar cidadão não fará a menor ideia de qual é o pensamento do CDS sobre a gestão e as políticas da Câmara.
Uma coligação representa um encontro de vontades, um acerto de pensamentos, mas nunca poderá resultar no silenciamento de uma das partes. Essa era uma meta há muito almejada, mas ainda só parcialmente conseguida. Agora foi de vez.
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