terça-feira, novembro 29, 2005

CONFUSOES

Em mais uma declaração atordoante com o único propósito de chamar a atenção, Soares disse ontem que em Portugal se fizeram privatizações a mais e que o Estado não pode ficar desarmado, pois quando há catástrofes é ao Estado que as pessoas recorrem e se este não tem meios não lhes pode valer. Qualquer coisa parecido com isto. Como é fácil constatar, Soares confunde tudo e confunde-nos a todos. O facto de o Estado ser o dono ou deter participações em empresas públicas não significa que tenha melhores condições para comprar helicópteros contra incêndios. Na maioria esmagadora das vezes até quer dizer exactamente o contrário. Uma vez que o Estado é um péssimo gestor, com provas dadas, as empresas por si controladas ou perdem dinheiro ou não ganham o que poderiam e deveriam ganhar. Isto quer dizer que o dinheiro dos impostos, que poderia ser utilizado para adquirir os tais meios anti-catástrofes de que fala Soares, terá de servir para cobrir os prejuízos das empresas públicas. Por isso, a regra lógica a tirar é a inversa da tese Soares: quanto mais privatizações o Estado fizer mais bem armados ficamos contra as catástrofes. O que é importante é que as privatizações sejam bem feitas, mas isso, como muito bem sabe Soares, é outra conversa.

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