quarta-feira, outubro 12, 2005

Os resultados eleitorais e o CDS/PP

Tenho lido muitas coisas na blogosfera sobre o CDS, umas boas e honestas, outras de pura fantasia, gente que se irrita com o CDS e o acha insignificante. Gente que não percebe que a conversa de que o CDS acabou tem vinte anos. Sempre foi assim, mesmo quando tem bons resultados o mérito nunca é dele ou dos seus líderes, e o tombo a seguir vai ser enorme, etc. Faz parte da história do CDS, não me lembro de nenhum líder a quem não vaticinassem o purgatório.
Evidentemente que só quem estiver distraído, para não dizer outra coisa, poderia achar que os resultados do CDS nestas autárquicas iriam ser brilhantes, nunca foram com nenhum presidente, muito menos com este que não teve tempo de as preparar. Se a memória não me atraiçoa quando Paulo Portas chegou ao partido havia 8 câmaras, deixou-o com 3, foi assim com todos os presidentes, há poucas coisas a fazer para um partido que anda entre os 6 e os 9%. Uma das poucas coisas a fazer é não cometer sempre os mesmos erros nos acordos com o parceiro preferencial.
Sim é verdade, porque se o CDS ganha alguma coisa com as coligações, o PSD ganha muito mais. Aliás não consigo perceber como são feitas as negociações para as coligações, se dermos como exemplo o distrito de Aveiro, vê-se que há aqui qualquer coisa que não bate certo. Este distrito já foi a “casa” do CDS onde tinha câmaras importantes, porque é que o CDS não vendeu mais caro as coligações, porque não negociou por exemplo a conquista de Aveiro, obrigando o PSD a não concorrer em Oliveira do Bairro.
O problema, o verdadeiro problema é que ao CDS falta ambição autárquica, entrosou que o que interessa é eleger vereadores, assim os presidentes de distritais e concelhias ficam com os seus lugarzitos e o CDS vai sendo engolido pelo PSD.
Claro que é preciso parar para pensar, mas pensar com bom senso, sem entrar em guerrilhas estéreis se só prejudicam o partido.
Claro que é preciso fazer ajustes, nomeadamente na direcção nacional e em algumas estruturas locais.
Claro que é preciso melhorar a imagem do partido, mas por quem foi eleito pelos seus, e não pelo que os outros acham que é melhor.

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