A vaga de fundo, os amplos sectores representativos da sociedade portuguesa, o movimento telúrico cívico, institucional e político que convocaria Soares e o "convenceria" a avançar, pareceu - e isto para usar da bonomia soarista - um pouco depauperado. As personalidades, dos "amplos" sectores da sociedade civil que estiveram na primeira fila não foram muitas e, principalmente, não surpreenderam. Sinceramente, esperava uma apresentação que esmagasse, que fosse buscar apoios insuspeitos, sólidos e, sobretudo, descomprometidos. Ora o que se passou no Altis foi tudo isto ao contrário. Pode-se bem dizer que lá marcou o ponto a "entourage" soarista clássica, mais a "task force" socrática e do aparelho socialista. É, por via disso, uma candidatura "engagé", que vira o bico ao prego às suas percursoras, completamente grudada ao executivo e ao partido socialista.
Acresce que Soares, pelos vistos, não supera o "injusto" complexo da idade e brinda-nos com a melhor das suas declarações ao vaticinar que a prova da sua sanidade física e mental (sublinhe-se o "mental")irá ser a campanha eleitoral. Ora, esta declaração é mais do que reveladora do mal estar que o tema lhe provoca, o que, não deixa de constituir uma rotunda surpresa, por vir de um homem que se julgava imune a tais preconceitos. Além de que não deixa de ser algo de politicamente espúrio.
Depois ouviu-se o cansado e datado slogan "Soares é fixe". A então juventude já está bem madura e a juventude de hoje não se revê nesse arcaísmo linguístico, ao tempo, já de um irrepreensível mau gosto. As necessidades são outras, os desafios são distintos, o eleitorado mudou, o país transformou-se, e, mais do que tudo, Soares envelheceu: o seu espírito! É por isso que a candidatura de Soares é mesmo muito, muito FIXE!
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