O que eu gostava de ver debatido nestas eleições, era a reorganização concelhia.
Não faz qualquer sentido os 308 concelhos do País, uma organização administrativa herdada do Século XIX, é preciso repensar a utilidade de certos concelhos. Não é preciso grandes estudos para se perceber as vantagens que isso teria, em termos económicos, culturais, educacionais, etc.
Imaginemos o grande concelho de Terras de Basto(1), englobando Celorico, Mondim e Cabeceiras. Têm em comum o mesmo tipo de economia, e os mesmos problemas, que poderiam ser atacados em conjunto. Têm em comum a mesma história e cultura, que poderia ser desenvolvida com mais inteligência. Acima de tudo, têm as mesmas gentes, que se identificariam muito mais com a sua pequena região, do que com um concelho no meio de trezentos e tal.
Fazer um grande parque industrial, competitivo, é completamente diferente do que três, iguais a centenas por esse País fora.
Fazer um bom hospital, moderno, é muito mais aliciante para a classe médica e para os utentes, do que três sem condições. Uma só empresa regional para cada área, acabando com as dezenas de conselhos de administração das empresas municipais.
Os exemplos são muitos, poderia escrever horas sobre isso, mas não vale a pena, poucas coisas valem a pena neste País.
Dizem-me que esta ideia não tem pernas para andar por causa das rivalidades existentes entre cidades, onde ficaria a sede do novo concelho/região, onde ficaria o hospital, o Liceu, a Universidade (porque não?), o polo industrial/empresarial, etc .
Não sei, não tenho resposta para tudo, mas o bom senso, a partilha de mais-valias e o poder repartido seria o ponto de partida.
Quem fala em Terras de Basto, pode falar em Douro Vinhateiro, Vale do Ave, Vale do Lima, Sudoeste Alentejano, Barlavento Algarvio, etc.
As regiões têm que ser reorganizadas conforme os seus interesses históricos e ACTUAIS, com inteligência ninguém perderia, as sensibilidades locais ficariam satisfeitas e todos ganharíamos.
(1)Ideia original do Arq.Gonçalo Ribeiro Telles.
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