sexta-feira, agosto 26, 2005
Vasco Pulido Valente - a ler
Vasco Pulido Valente tem andado numa forma fantástica. Os seus artigos no Público para além do habitual sentido crítico têm demonstrado uma clarividência invulgar entre os nossos analistas de serviço. Hoje no Público em “Nada é seguro” escreve sobre o descrédito do Estado e dá dois exemplos: o primeiro relativo às mudanças no regime de aposentação dos funcionários públicos, e o segundo relativo aos fogos. No primeiro VPV erra, pois é imperativo fazer estas modificações sob pena de daqui a alguns anos (infelizmente poucos) o Estado nem sequer conseguir pagar as pensões que deve. Já concordo que se devem ser responsabilizados os vários agentes políticos que nunca explicaram aos cidadãos a situação vivida. Quanto ao segundo, o exemplo dos fogos, VPV tem toda a razão: a migração maciça para as cidades e o abandono da agricultura dificultam hoje a necessária limpeza que os proprietários têm de fazer dos seus terrenos. Há responsabilidade do Estado é certo, mas acho – e esta opinião é exclusivamente minha - que ainda pode ser minorada com uma política de ordenamento correcta, com a aposta clara em cidades médias, com o fim do centralismo na capital, e se calhar com a aposta em novos poderes descentralizados, que deve ser feita por via da regionalização.
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