Notás breves sobre o discurso do candidato Mário Soares:
1º - Temos pela frente um combate político a sério;
2º - Soares parecia nervoso, mas rapidamente ultrapassou algumas falhas iniciais;
3º - Quer fazer da sua idade um dos temas da campanha. Não se pode entrar no seu jogo;
4º - Fala de crise em Portugal e na União Europeia, não resistindo às críticas ao “negocismo” e ao “culto do dinheiro” como base de uma crise de civilização. Esta é uma base de combate ideológico;
5º - Num púlpito com a inscrição Portugal falou nas pessoas por contraposição à preocupação com as finanças públicas. Tem de se demonstrar que o rigor não é sinónimo de falta de preocupação com as pessoas;
6º - Relembrou toda a sua actividade depois da saída de Belém, demonstrando a sua faceta plural. Não é o único proprietário de uma carreira completa;
7º - Assumiu a importância de temas com a cidadania a as assimetrias regionais;
8º - Um dos pontos mais fracos do discurso é precisamente aquele em que se refere à forma como pretende exercer os poderes presidências. Foi demasiado vago e não demonstrou a necessária visão de um Presidente que vá para além de um indeterminado “magistério de influência”;
9º - Há no seu discurso uma vertente depressiva , que é uma das razões consideradas para a afirmação da sua candidatura “è preciso vencer este estado depressivo”. Um discurso apenas pela positiva pode ser mais apelativo;
10º - É possível desmontar esta candidatura com um combate político sério que relembre o carácter partidário e radical que esta candidatura hoje personifica.
Com tempo voltarei a este tema de uma forma mais completa
Sem comentários:
Enviar um comentário