O país político não pára e o último fim de semana demonstrou que há muita gente a precisar de férias. Desde textos elogiosos ao nosso actual Primeiro Ministro pela forma como procedeu na questão do Ministro das Finanças (a sua rapidez a escolher o novo Ministro não apaga as confusões anteriores), a defesas inaceitáveis do investimento público (tema a voltar), ao folhetim das presidenciais, tudo foi possível.
Sobre este último tema nunca me passou pela cabeça que a entrevista do nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros produzisse efeitos tão imediatos. A frase “never say never” levou a que, à esquerda, outros também o pensassem, e mais uma vez (a história repete-se) parece ser Mário Soares a impossibilitar as veleidades presidenciais de Freitas do Amaral. Assim, tudo indica que poderemos ter uma “lufada de ar fresco” com vinte anos de atraso, o que bem vistas as coisas dá novas esperançadas aos rejeitados de hoje.
Pelo meio, foi muito curioso ouvir o líder do PS, e já agora Primeiro Ministro, dizer que quando falasse seria em definitivo. Curto e grosso. Pelos vistos o novo conceito de “falar” corresponde a umas declarações para serem publicadas no Jornal de Notícias (jornal que pertence ao grupo que tem liderado toda a questão discussão do candidato presidencial da esquerda).
Esperemos então por próximos capítulos desta novela que infelizmente parece que não vai acabar por aqui. Mas mais importante do que tudo isto seria pensar de facto no papel do Presidente da República num altura de total descoordenação do poder executivo. Há uma pergunta que se impõe: qual o perfil de Presidente da República para o futuro? Na minha opinião parece claro que deve ser alguém que esteja distante dos partidos, seja interveniente e tenha uma visão estratégica sobre o país. Venha ele que ganhará as próximas eleições. Os outros que gozem bem as suas férias e o período estival.
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