O Prof. Freitas do Amaral acha que os políticos não devem falar de impostos nas campanhas eleitorais porque toda a gente sabe que só se aumentam os impostos porque é preciso. Disse qualquer coisa como isto: os impostos hão-de subir sempre que for necessário; os impostos hão-de descer sempre que for possível. Uma pérola admirável. Não tenho notícia sobre o que sucedeu ao pobre jornalista depois de ouvir esta tirada magnífica.
A tese do bom do Professor assenta no falso e ingénuo (para não dizer mais) pressuposto de que o Estado nos cobra sempre, em qualquer circunstância, o mínimo que pode e que deve. Isto, como toda a gente sabe, descontando o Sr. Professor, não é verdade. Os vários partidos políticos perfilham diferentes concepções de sociedade que são necessariamente sustentadas por diversas políticas tributárias. A política fiscal não é neutra, nem é simplesmente resultado de uma contabilidade imutável de despesas e receitas. É hoje fundamental que os partidos, em campanha e fora dela, nos digam o que defendem em matéria fiscal e que façam as promessas que entendam e que as cumpram. Lavar assim o pecado do Engº Sócrates é gozar connosco. O pior é que o Sr. Professor não estava a reinar, ele tirou mesmo aquilo da cabeça e pareceu-lhe bem.
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