Eu sei que há mil razões para se fazer o grande prémio dos calhambeques do Porto, virão dezenas de milhares de fanáticos, o turismo explodirá, e o povo cantará Hosanas ao Presidente.
O problema, o problemazinho, é que as obras de requalificação estão a dar cabo da vida aos habitantes da zona ocidental do Porto e de Matosinhos.
Já lá vão dois meses a chegar atrasado ao infantário, e ao trabalho, sem nunca sabermos o que vai acontecer. Se acordamos mais cedo, nesse dia ninguém trabalha no alcatrão, montam bancadas ou sei lá o quê, se vamos por outro lado, é precisamente nesse outro lado que se estão a montar os rails. Ninguém se dá ao trabalho de explicar como a obra vai avançando, os moradores são um pormenor desagradável que implicam com tudo. Gramar filas intermináveis quando se quer ir para casa descansar ao fim do dia é desgastante, tenho a certeza que maior parte dos sacrificados vai pensando nas sevícias que faria ao presidente se o apanhasse a jeito. Eu já pensei na minha, mas acho melhor não dize-la, até porque não quero dar ideias a ninguém.
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