segunda-feira, maio 09, 2005

Nascimento e baptismo

Caríssimos,
Daqui de longe mas sempre perto, adiro às Nortadas com vontade de provocar algumas ventanias. Sinto-me bem, como quem acaba de nascer para uma nova realidade.

Aproveito para me baptizar desde já. Faço-o lançando o meu grito de guerra escolhido: eu quero não quero ser eles!!! Recuso-me a recolher como epitáfio, quando ele chegar como tem chegado para quem veio antes de nós, que eles não fizeram nada.

Há já algum tempo que interiorizei a necessidade de todos compreendermos que os eles de quem falamos hoje somos nós, quando os nossos netos estiverem a falar uns com os outros. Há gerações que no nosso cantinho à beira mar plantado abdicamos de intervir, de correr riscos e de remar contra a maré, com a eterna desculpa de que não vale a pena, é impossível, é muito difícil, eles não vão deixar. Pois bem, pela minha parte, a batalha está escolhida: eles somos nós! A minha guerra é simples: de nós e da nossa geração dir-se-á que tentamos, que morremos tentando, que quisemos e lutamos para que acabasse esse fado d'eles nos impedirem de cumprirmos a promessa de nós mesmos.

Faço-o junto de vós, para já, aplaudindo o esforço que vêm fazendo e decidido a contribuir para o aumentar. Pela minha parte, as opções já foram feitas: estou disposto a fazer sacrifícios. Fá-los-ei quando mos forem pedidos. Eu quero não ser eles!!!

O momento parece-me tão mais oportuno quanto verifico que o Nortadas têm estado ocupado com as recriminações que o MST nos acaba de fazer, por não sermos capazes de gerar em nós alternativas de candidaturas à CMP que mereçam esse nome. Dói, meus amigos, dói. Dói sobretudo porque NÓS não o fizemos nem estamos a pensar fazê-lo. E se nós não nos dispomos a fazê-lo, como podemos criticar os outros que não o fazem e menos ainda os que o fazem, por pouca qualidade que tenham: em terra de cegos, quem tem um olho... é rei!

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