domingo, abril 10, 2005

O campeonato da segunda divisão

Vem nos livros. Quando um partido se encontra em congresso na circunstância da substituição de um líder de alguma forma carismático ou que optou por personalizar a sua liderança (o caso do PSD enquadra-se neste último) não há nada a fazer: os trabalhos parecem uma espécie de campeonato da segunda divisão. Foi a isso que se assistiu durante os dois últimos dias: dois tipos - um deles baixinho demais para liderar o que quer que seja - a arengarem umas coisas perante a indiferença mal disfarçada dos congressistas, pouco dados a baterem palmas ou a gritarem palavras de ordem. Uma mornice chata, que só a guerrilha parva entre televisões tornou possível ser televisionada em toda a sua extenção. Faz lembrar o campeonato de futebol quando não é ganho pelo Benfica, Sporting ou Porto: é giro, mas ninguém o leva a sério. O congresso só teve uma novidade: a boa prestação de Luís Filipe Menezes, que pela primeira vez perdeu um congresso que verdadeiramente ganhou.
Lá mais para o fim do mês há mais do mesmo: o congresso do CDP/PP também vai ser um campeonato da segunda divisão. A não ser que ganhe um tipo qualquer chamado Miguel Matos Chaves e que é uma espécie de não-existência inexplicável: se assim acontecer, o congresso será um campeonato regional ou, pior ainda, um jogo entre solteiros e casados.

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