Dizer umas coisas

Jorge Sampaio foi a França. Porreiro.
Ir a França é sempre porreiro, pá.
Vai-se a Paris, tira-se umas fotografias à porta do Eliseu com Chirac, que ficam sempre bem na sala e no livro de memórias. Diz-se umas coisas, que normalmente ninguém liga, mas tem que se dizer, para a malta cá do burgo pensar que não fomos de férias. O pessoal da comunicação que acompanha Sua Excelência, escreve imensos artigos, dá imensas opiniões sobre a projecção e impacto que as coisas ditas pelo nosso Chefe da Nação teve nesse País. Esse mesmo pessoal tira fotografias e filma as avenidas da Cidade Luz enfeitadas com as bandeirinhas verde rubras, que os parisienses não fazem a mínima ideia a que País africano pertence. Responde-se umas coisas a uma inocente criança que faz uma inocente pergunta sobre o aborto, assim de improviso, sei lá. E não é que os franceses estão preocupados com o seu referendo, pois o Presidente de todos os portugueses, mesmo os que vivem em França, também tem umas coisas a dizer sobre isso. O Rosto da Pátria tem sempre umas coisas para dizer, principalmente quando não as consegue dizer na dita.