Sem ninguém dar por isso (pelo menos eu e os responsáveis políticos e policiais) Portugal está, finalmente, um país desenvolvido em matéria de crime e segurança. De um momento para o outro, o nosso "mundo" relativamente pacato e sereno acabou, tendo o país passado a assistir a fenómenos a que anteriormente só tínhamos acesso através dos filmes americanos. Já temos julgamentos que envolvem a "Camorra". Os polícias morrem a eito em tiroteios. As armas de guerra e os explosivos proliferam. Os presos fogem das cadeias com uma periodicidade quase diária. Enfim, o rol é assustador.
A fuga das prisões intriga-me: o que é que se passa para que seja tão fácil fugir de uma prisão portuguesa como de um colégio interno? O (presumível) assassino de um dos polícias recentemente falecido fugiu de Vale dos Judeus em Dezembro. Há dias, em Coimbra, um preso fugiu quando ia levar o lixo à rua (?!). Vi hoje que um outro preso fugiu por uma janela em pleno estabelecimento prisional de Lisboa.
Já sei que o Governo vai reunir daqui a quinze dias ou três semanas com os responsáveis do sector, que está a estudar medidas e que os representantes das corporações interessadas se vão queixar da falta de meios e de preparação. Até pode ser que faltem meios, mas o que me parece que não existe é organização e mentalidade. Os maus estão a ficar mais fortes e mais espertos que os bons. É urgente dar atenção aos sinais, sob pena de, qualquer dia, o Estado já nem nos servir para assegurar níveis mínimos de segurança. Sem segurança a economia não funciona, sem segurança não há liberdade.
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