terça-feira, março 01, 2005

Réplica

Antes demais aqui me penitencio por só agora responder ao post, à guiza de comentário, de JCS do Lóbi do Chá...enfim, mais vale tarde que nunca.
Toda a pertinente argumentação de JCS reside na questão de o P.S.D. e, nomeadamente, o seus líderes, entre os quais Cavaco Silva, serem os responsáveis por um país órfão de um rumo, de uma estratégia,.
Sem dúvida não posso deixar de concordar que falta um desígnio, algo de galvanizador e aglutinador de toda a sociedade portuguesa. Que, assim, a motivasse e a preparasse para os novos desafios que se avizinham. Não se pode, pois, escamotear que todos os políticos são responsáveis pelo actual status quo.
Todavia e parafraseando George Orwell ("Animal Farm") se há uns cidadãos mais iguais do que outros, mutatis mutandis, há políticos mais responsáveis do que outros. E é esse reconhecimento que tem que ser feito. Medir todos pela mesma bitola é um lapso, altamente viciante. A cada um o seu devido valor. E aqui, creio que é incontornável reconhecer que Cavaco Silva foi dos estadistas que mais fez pelo país, eivado por um genuíno espírito de serviço. Bem como o P.S.D. como o partido que mais fez pelo país. Claro que, também, não poderá deixar de se repensar, e aproveitar o próximo congresso para fazer um sério exercício de auto-reflexão, sem olvidar os anseios nacionais. Acabar com cliques aparelhísticas, que só enquistam. Porém, sublinhe-se, este exercício de auto-gnose deveria ser feito, igualmente, por toda a classe política em geral...!
De resto, mais uma vez se afirma que os anos absolutamente desperdiçados foram os do Guterrismo. Foram anos preciosos deitados borda fora. Em que pretensas políticas sociais, pareciam criar um país mais solidário e próspero...puro engano. Foi o tempo em que se tentou uma serôdia "Terceira Via" à portuguesa. Fez-se política fátua e mediática. Não tentaram políticas verdadeiramente reformistas. E isto não é uma opinião, é um facto.
De resto, é pois, natural que o P.S.D. se reveja nos seus bons exemplos, nos seus ícones, que servem e são o paradigma do seu inconsciente colectivo. Só uma instituição, com fortes referências, pode assumir a prossecução de projectos de e para futuro.
Creio que um dos problemas da nossa sociedade e das sociedades actuais é a falta de referências. Este pós-modernismo tem uma matriz preocupante : arrasta consigo uma profunda indefinição. Fruto de um subjectivismo fundamentalista. Para o bem e para o mal são necessárias convicções profundas. Só assim se criam sinergias férteis e produtivas. Para mudar, evoluir e crescer.
(N.B. : curioso o lapsus linguae da confusão do nome deste escriba de Marques para Oliveira)

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