quarta-feira, março 23, 2005

A refundação da direita I

O Bernardo analisa o problema da refundação da direita em post anterior, concluindo que acima de tudo o problema do CDS se coloca na imagem do seu líder e no constrangimento que muitos dos eleitores do PSD têm manifestado em votar no CDS. Concordo no essencial arriscado-me a acrescentar mais algumas linhas sobre o assunto.

O tradicional constrangimento em votar CDS é ainda um trauma que os portugueses, que se reveem na direita, não conseguem ultrapassar. Chamar-lhe-ia trauma revolucionário. É que ainda são muitos aqueles que, ao ouvirem falar de direita, a associam a práticas ditadoriais e restritivas. E logo se lembram dos tempos passados. E imediatamente procuram encontrar rótulos nos quais se revejam e a palavra centro encaixa na perfeição.

Mas o tempo tem-se encarregado de aliviar alguns desses constrangimentos, bem como uma "nova" população começa a fazer-se ouvir. Os que não têm traumas revolucionários. Basta olhar para as recentes votações obtidas pelo CDS e pela juventude que se via na campanha. Um exemplo desse constrangimento da direita podia-se sentir na pouca adesão ás artes e aos movimentos culturais que marcaram a europa e o mundo. Aos poucos estes deixam de ser exclusivos da esquerda e do centro. Sente-se uma nova irreverência. Basta ver a blogosfera e o emergir de fazedores de opinião.

Mas um outro problema centra-se na diferença entre individulismo da direita e o corporativismo de esquerda. Aí acenta muito do problema com que habitualmente vive o cds em particular e a direita em geral. E aqui vamos de encontro à conclusão do bernardo. A direita revê-se em pessoas. O CDS precisa de um líder de inegável e reconhecida capacidade humana e profissional. Hoje como ontem. Para que o futuro não seja outra vez de angústia e refundação.

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