Quando Manuela Ferreira Leite saiu do governo de Durão Barroso, parece que o mundo respirou de alívio: os empresários vislumbraram a hipótese de voltarem a ver o Estado a retirar o investimento público da coluna da despesa; os portugueses na sua ingénua generalidade descobriram que afinal, e tal como quase toda a gente - Presidente da República incuído - vinha lembrando, sempre havia vida para além do défice; Santana Lopes, apesar do forte e sensual abraço que lhe deu na tomada de posse do seu governo, não contou com ela para coisa nenhuma; o mesmo sucedeu com Durão Barroso, que transladou para Bruxelas o seu ministro Carlos Tavares e não Manuela Ferreira Leite; o PSD profundo - desde logo o baixinho que concorre agora a presidente daquela agremisação - invectivou contra a sua falta de visão política e a sua excessiva abenegação sobre o défice; o PP rapidamente passou a explicar que Bagão Felix era claramente melhor que a sua antecessora; sobre o PS nem se fala. O que coloca a questão: o que faz correr estes rapazes - José Pedro Aguiar Branco, Ruio Rio, António Borges e tantos outros - em prol de uma putativa candidatura de Manuela Ferreira Leite? Nada mais que isto: é a mulher certa para não deixar o PSD cair ainda mais baixo que aquilo que já caiu e, nessa medida, a figura ideal para conduzir o PSD na sua óbvia travessia do deserto. O que quer dizer outra coisa: quem agora a apoia tão sem reservas e de forma tão empenhada, pouco mais quer que guardar lugar para quando valer a pena (isto é, para daqui a uns três anitos).
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