segunda-feira, fevereiro 21, 2005

A Esquerda da Esquerda

Estamos em plena Europa Ocidental. Expliquem-me como é possível que 14% do eleitorado, 800.000 votantes tenham sufragado propostas políticas protagonizadas pela esquerda mais radical e reumática??? Estarão Marx e Engels engavetados? Acaso Lenine e Estaline proscritos? Trotskismo e anarquistas arrumados? Não...estão mais vivos que nunca em Portugal. PCP, Verdes e Bloco, apesar de ainda cheirarem a bafio soviético, vêm que o povo...votou neles... e com gosto.
Paulo Portas pôs o dedo na ferida.
Estarrecido, acabo de confirmar as minhas velhas suspeitas. Esta gente omite a sua ideologia...conscientemente. Miguel Portas, no Prós e Contras, acaba por enjeitar a pergunta endereçada: é trotskista como disse o seu irmão? (a citação não é literal). Resposta: Não vale a pena responder...queremos construir uma esquerda moderna...isso não interessa às pessoas.
O Bloco traveste-se e arvorando-se em arauto dos temas fracturantes, disfarça a sua verdadeira natureza. Nada os separa do caquéctico Partido Comunista Português.
O povo, distraídamente, trata com condescendência estes afloramentos do radicalismo de esquerda. Como se fossem arrufos inconsequentes brindados pelo toque da inimputabilidade. E, assim, utiliza-os como voto de protesto. Nada mais errado. Veremos os frutos, em breve, desta inconsciente contestação.

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