O PS já começou a debitar voluntaristas promessas eleitorais que, como se sabe, não são para cumprir nem na próxima legislatura - se for caso de aquele partido ganhar - nem quando as galinhas tiverem dentes. É pena. É que, pelo menos uma delas seria essencial ao bem-estar dos portugueses: o regresso da saúde ao sector público. Pois é, não leram mal: o regresso da saúde ao sector público. A intervenção dos privados na saúde é um dos casos exemplares de como não engendrar uma iniciativa que aparentemente tinha alguma bondade. A confusão é de tal ordem que nem se consegue vislumbrar por onde andará a bondade inicial. As coisas nunca correram bem desde o início, mas foi para o fim que tudo piorou: aquela de o grupo Mello querer levar o Estado a tribunal porque perdeu o negócio da venda da Galp é extraordinária e só os mais desatentos não perceberam que a referida agremiação só queria conseguir a contra-partida de vencer o concurso do Hospital de Loures (e os que mais venham a seguir). É um verdadeiro far-west que ainda está longe de acabar. Se, ao invés de privatizar a saúde, um governo que não o fosse só o nome decidisse promover o cumprimento da lei e perseguisse os milhares de médicos prevaricadores, por certo que o sector teria muito melhor saúde. E todos nós também.
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