sexta-feira, novembro 26, 2004

Os centros comerciais as cidades e o turismo

Uma notícia do Jornal de Negócios, em que nos dá conta da aposta dos centros comerciais nas cidades médias em prejuízo das já saturadas Lisboa e Porto, recordou-me o passeio que fiz com os meus filhos a Guimarães no último domingo.

A viagem de manhã correu bem, com pouco transito e sem berrarias. A chegada a Guimarães foi por volta do meio dia e em direcção ao Castelo, que tinha sido o centro das histórias na última hora. A decepção não podia ser maior. Nada tem para nos mostrar para além das suas paredes, nem mesmo um funcionário que nos pudesse entregar um papel qualquer. Nada. Feita a visita que demorou 20 minutos, com crianças demorava sempre tudo muito tempo, partimos para almoçar. No bonito centro histórico muitos restaurantes estavam fechados. Lá descobrimos um numa praça com mesas cá fora. 3 montadas e uma série de cadeiras empilhadas. Que podiam montar mas tinhamos que aguardar. Se quisessemos no interior tinham mesas. Jogamos pelos seguro e fomos para o interior. Esperar. Passava um empregado com ar atarefado levando umas travessas para outras mesas. Nós, nada. Ao fim de 15 minutos chegou uma lista. Quase da mesma forma como o ministro ia tratar o dvd do benfica. Mais 10 minutos e fui pedir pão pois as crianças desesperavam de fome. Manteiga tinha acabado. Acabado a manteiga é de facto um caso raro, mas enfim. Mais 10 minutos depois e 2 roscas comidas, acompanhadas de uma água que tinha levado, resolvemos sair para espanto do dono do restaurante que não percebia a nossa impaciência ao fim de 25 minutos a pão e água. A coisa lá se compos noutro restaurante.
Uma visita ao Paço dos Duques sem história e toca de regressar ao Porto. Eram umas 4 da tarde.

E finalmente chegamos aos shoppings e ao que me levou a escrever este post. É que a fila para entrar em Guimarães, para quem vinha do Porto, era de quilómetros, tudo porque familias em peso iam para o shopping. De certeza em fatos de treinos e para passear.

A organização das cidades e o seu desenvolvimento passa por tudo isto, ou melhor a desorganização de uma cidade e o seu não desenvolvimento passa por tudo isto. Ou melhor não devia passar.

É que olhando para Guimarães e para o esforço que foi feito na preservação da traça do seu centro histórico, não se percebe depois o funcionamento das suas ofertas turisticas, comercais e gastronómicas, acabando por ser um shopping o centro das movimentações, cuja localização impedia outros de entrarem na cidade.





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