Nada de mais estranho e ao mesmo tempo difícil, do que conversas em balneários desportivos. Entre homens que se despem e outros que se vestem, uns na expectativa de ficarem suados, outros com a missão cumprida, são vários os temas que se podem escutar. Mas de facto sem muita dignidade. Os temas até podem ser sérios, mas o momento não é o melhor. E hoje um dos que se ouvia era sobre o aproveitamento da capacidade trabalhadora dos mais velhos, reformados ou a caminho dela. "Que podiam ser aproveitados em horário reduzidos, sem que o esforço dispendido fosse demasiado. Haveria aqui um aproveitar de conhecimentos ao mesmo tempo que evitava o abandono e a solidão dos mais velhos" foi uma entre muitas expressões que escutei. E é uma preocupação. Mas outros problemas surgem com pessoas que estão longe da idade da reforma.
No futuro muitas terão que ser as soluções para minimizar este "envelhecimento" precoce em que vivem algumas profissões. Quando se diz que uma pessoa com mais de 35 anos já não é contratada e que tem dificuldade em encontrar emprego, parece-me a mim um enorme disparate pois, além dos conhecimentos que adquiriu, está numa idade mais madura e mais equilibrada. E um outro problema se pode colocar: com esta ansia de se atingir o topo das carreiras, o que de facto alguns conseguem ainda antes dos 40, quais os desafios que de seguida se lhes vão colocar? entrarão em desanimo? estaremos a criar uma geração de insatisfeitos?
Durante a conversa de balneário não foi escutada nenhuma solução. E que este é um assunto que deveria ser discutido é verdade. Mas não entre gente nua.
Sem comentários:
Enviar um comentário